António Guterres pede fim da guerra na Ucrânia
Reprodução: commons - 22/03/2022
António Guterres pede fim da guerra na Ucrânia

Nesta segunda-feira (8), o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, fez uma alerta para o risco de ataques contra usinas nucleares na Ucrânia. A declaração de Guterres veio após o registro de um novo bombardeio em Zaporíjia, o maior complexo nuclear da Europa, no Sul do país.

Guterres disse que é "suicida" qualquer ação do tipo, entretanto, não responsabilizou nenhum dos países envolvidos no conflito. Kiev e Moscou já trocaram diversas acusações por causa dos confrontos no local que está sob controle russo desde março.

"Qualquer ataque contra uma usina nuclear é uma coisa suicida. Espero que os ataques terminem e, ao mesmo tempo, espero que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) consiga ter acesso ao local", ressaltou durante entrevista coletiva em Tóquio, no Japão.

As declarações do secretário-geral da ONU foram feitas após sua visita a Hiroshima no fim de semana, onde discursou por ocasião do aniversário de 77 anos do primeiro ataque com bomba atômica no mundo.

Há uma semana, Guterres também fez uma dura advertência sobre os horrores causados por armas atômicas durante a conferência de revisão do Acordo de Não Proliferação Nuclear (TNP), que ocorre em Nova York, nos Estados Unidos, e vai até o fim do mês.

"A Humanidade está a apenas um mal-entendido, a um erro de cálculo da aniquilação nuclear" disse Guterres, antes de pedir ao mundo para se desfazer de suas armas nucleares "é a única garantia de que nunca serão utilizadas", ressaltou.

Nesta segunda, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acusou novamente as forças ucranianas pelos bombardeios nos arredores de Zaporíjia. Enquanto isso, a Ucrânia diz que o Exército russo atacou as instalações da central.

"A ação por parte das Forças Armadas ucranianas é uma atividade extremamente perigosa, que pode ter consequências catastróficas para uma vasta região, incluindo o território da Europa", disse Peskov.

Na sexta-feira, confrontos na usina levaram o diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, a fazer um alerta para um "risco muito real de desastre nuclear".

"Respaldamos a AIEA em seus esforços para criar as condições de estabilização desta usina", disse na ocasião.

Zaporíjia foi tomada pelos russos ainda no início da guerra na Ucrânia, mas manteve seus funcionários ucranianos. As forças russas atualmente controlam a usina e áreas vizinhas, perto do território ucraniano. O complexo é composto por seis reatores de água pressurizada e armazena resíduos radioativos.

O Ministério da Defesa do Reino Unido diz que a Rússia está usando a área para lançar ataques aproveitando o "status protegido" da usina nuclear. Assim seria possível reduzir o risco de ações noturnas das forças ucranianas.

*Com informações de agências internacionais

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