Nova York decreta estado de emergência para Varíola dos Macacos
Agência Brasil
Nova York decreta estado de emergência para Varíola dos Macacos

Após a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciar a situação da varíola dos macacos (monkeypox) como emergência pública internacional, o estado de Nova York, nos Estados Unidos, declarou estado de emergência devido a rápida disseminação no estado. Na sexta-feira, 29, a região registrou um total de 1.382 casos relatados – uma das maiores taxas de transmissão do país. O vírus foi declarado uma ameaça iminente à saúde pública pelo Comissário de Saúde do Estado de Nova York na quinta-feira.

“Um em cada quatro casos de varíola neste país estão em Nova York. Estamos tendo um impacto desproporcional em grupos de risco. Continuaremos trabalhando dia e noite para garantir mais vacinas, expandir a capacidade de testes e educar os nova-iorquinos sobre como se manterem seguros”, escreveu a governadora do estado Kathy Hochul em suas redes sociais.

A emergência, decretada por ordem executiva, permite que farmacêuticos, parteiras, médicos e enfermeiros certificados administrem vacinas. Segundo o gabinete da governadora, em comunicado, o estado já estava no processo de garantir mais vacinas, expandir os testes e distribuir informações por meio de um site e um sistema de notificação de texto.

Há uma série de características do surto atual da varíola dos macacos que intriga os cientistas, como as possíveis adaptações que levaram o vírus a se disseminar com mais facilidade entre humanos e causar pela primeira vez o número de casos que o mundo vive hoje. O vírus, espalhado por contato físico, pode desenvolver sintomas semelhantes aos da gripe, e seus impactos iniciais podem durar até quatro semanas.

Entre os principais sintomas estão: erupções na pele, em regiões como a área das genitálias, perianal, mãos, braços, pernas, peitoral e abdômen. Também são constatadas febre alta, aumento dos linfonodos, dores nos músculos, dores de garganta, lesões na boca e quadros de amigdalite.

Cientistas do Reino Unido publicaram um novo estudo na revista científica British Medical Journal (BMJ) que aponta ainda dois novos sintomas da doença, que não eram associados ao diagnóstico anteriormente. A partir da análise de pacientes infectados, eles concluíram que a dor na região anal e o inchaço peniano são manifestações comuns entre os contaminados.

Na quarta-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, recomendou que as pessoas diminuam o número de parceiros sexuais com o objetivo de frear a disseminação do vírus pelo mundo.

"Isso significa fazer escolhas seguras para você e para os outros. Para homens que fazem sexo com homens, isso inclui, no momento, reduzir o número de parceiros sexuais, reconsiderar o sexo com novos parceiros e trocar detalhes de contato com novos parceiros para permitir o acompanhamento, se necessário", afirmou o diretor.

Entretanto, pediu que não se deve ter estigma e discriminação em torno da doença e que ambas podem ser tão perigosas quanto a propagação do vírus. “Qualquer pessoa exposta pode pegar o vírus”, finalizou.

Mortes e casos

O Brasil e a Espanha foram os dois países que registram mortes da doença. Foram as primeiras relatadas fora de países em que a enfermidade é endêmica. São três no total: duas na Espanha e uma no Brasil.

Com mais de 1.000 casos, O Ministério da Saúde confirmou nesta sexta-feira a primeira morte de um paciente com varíola dos macacos (ou monkeypox) no Brasil, na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Foi também o primeiro óbito do surto mundial fora do continente africano, onde a doença é endêmica.

O paciente tinha comorbidades e um quadro de imunossupressão por estar passando por uma quimioterapia para tratar um câncer no sistema linfático, um linfoma. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital público da capital mineira e morreu devido a um choque séptico, quando a infecção se alastra pelo corpo.

Outros dois foram relatados na Espanha, um dos países mais afetados pela doença. De acordo com o relatório divulgado pelo ministério espanhol, foram 4.298 pessoas diagnosticadas até agora na região. Não há informações sobre as vítimas.

"Entre os 3.750 pacientes (...), 120 casos foram internados e dois morreram", declarou o Centro de Coordenação de Alertas e Emergências Sanitárias em seu último relatório, publicado hoje, sem especificar a data desta segunda morte. Estas são as primeiras mortes na Europa de pessoas infectadas com o vírus da varíola dos macacos.

Um total de sete mortes foram registradas em todo o mundo desde maio, com as cinco primeiras relatadas na África, onde a doença é endêmica e onde foi detectada pela primeira vez em humanos em 1970.

A maioria das contaminações está concentrada na Europa, com 70% dos 18 mil casos detectados desde o início de maio em 75 países. 25% nas Américas.

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