Na manhã desta segunda-feira (25), o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar sobre o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Segundo o mandatário, ele é firmemente contra a guerra, mas não pode se envolver a ponto de “trazer um problema lá de fora para o nosso colo”.
“Fomos à Rússia e recebi críticas de 99,9% da imprensa, sobre críticas de outros países, mas eu sou presidente do Brasil. Quero paz, não quero guerra em lugar nenhum do mundo e faço o possível para isso, mas não posso trazer um problema lá de fora para o nosso colo, sem poder solucioná-lo, ficaríamos com dois problemas”, disse Bolsonaro.
Poucos dias Putin enviar as tropas russas para a Ucrânia, o presidente Bolsonaro fez uma visita à Rússia para, segundo ele, providenciar a importação de fertilizantes para o Brasil e auxiliar a produção agropecuária.
Segundo o mandatário brasileiro, a relação com a Rússia sempre foi “excelente”.
Quanto à extração de fertilizantes, o presidente fez críticas às pessoas que militam pela causa ambiental, dizendo que “alguns preferem morrer de fome, do que derrubar uma árvore”. A fala foi feita durante a abertura do Global Agribusiness Forum 2022, em São Paulo.
“Opção deles, mas não pode ser para o resto do nosso país. Tínhamos que buscar garantia do fornecimento de fertilizantes, em outro país. Isso [importar o insumo da Rússia] foi decidido em dezembro do ano passado, mas em março, já tínhamos aqui o nosso programa de fertilizantes”, acrescentou.
Na semana passada, foi a primeira vez que Bolsonaro falou com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky - depois de um longo período de resistência por parte do presidente brasileiro.
Pelo Twitter, Zelensky disse que informou ao brasileiro sobre a situação no front da guerra e disse que os dois líderes discutiram a importância de retomar as exportações de grãos.
Relação com Zelensky
Alguns dias após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, o presidente Bolsonaro começou a ser cobrado para prestar solidariedade ao povo ucraniano e demonstrar apoio a Zelensky, assim como outros líderes mundiais fizeram à época.
Em uma coletiva de imprensa, após ser questionado sobre a aproximação com o líder do país, Bolsonaro retrucou: “O povo [ucraniano] confiou num comediante o destino de uma nação. Ele [Volodymyr Zelensky] tem que ter equilíbrio para tratar dessa situação aí”, disse.
Dias depois, Bolsonaro voltou a falar sobre a pressão que vinha sofrendo para conversar com o presidente da Ucrânia. “Alguns querem que eu converse com Zelensky, o presidente da Ucrânia. Eu, no momento, não tenho o que conversar com ele. Eu lamento, se depender de mim não teremos guerra no mundo”, disse Bolsonaro, em entrevista à Rádio Jovem Pan.
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