O secretário norte-americano de Estado, Antony Blinken, afirmou nesta segunda-feira (25) que os "Estados Unidos condenam as execuções dos ativistas pró-democracia de Myanmar". "Atos assim reprováveis de violência e repressão não podem ser tolerados", afirmou ainda dizendo que o governo trabalha nos esforços da população do país de retomar sua democracia.
A junta militar de Myanmar executou quatro ativistas pró-democracia, incluindo um ex-deputado do partido de Aung San Suu Kyi, por acusações de terrorismo, informou a mídia estatal do país nesta segunda-feira (25).
O julgamento, que foi amplamente condenado por grupos de direitos humanos, marcou as primeiras execuções de presos políticos no país desde a década de 1980.
O jornal "Global New Light of Myanmar" informou que os quarto ativistas foram mortos por liderar "atos de terror brutais e desumanos", mas não chegou a mencionar quando ou como os homens foram executados. A ação da junta militar aumentou os temores de que mais sentenças de morte possam ser decretadas.
O ex-deputado e artista de hip-hop Phyo Zeya Thaw, de 41 anos de idade, foi condenado por organizar alguns ataques armados contra as forças de segurança. Já Kyaw Min Yu, mais conhecido como "Jimmy", foi considerado culpado por incitar a resistência armada com mensagens nas redes sociais críticas ao regime. Os outros dois executados foram Hla Myo Aung e Aung Thura Zaw.
Os familiares dos homens se reuniram do lado de fora da prisão de Insein, em Yangon, depois que as notícias das execuções foram publicadas na esperança de recuperar seus corpos, informou a mídia local.
De acordo com informações da versão local do site "Voice of America", pelo menos 113 ativistas aguardam execução após as sentenças de morte emitidas sob o regime militar do general Min Aung Hlain. No momento, é estimado que cerca de dois mil indivíduos tenham sido mortos pelo regime desde o golpe de fevereiro de 2021.
A ONG Human Rights Watch informou que as execuções foram "atos de extrema crueldade", já a embaixada dos Estados Unidos em Yangon condenou a decisão da junta militar de Myanmar em um comunicado.
Itália também se manifestou
O Ministério das Relações Exteriores da Itália publicou uma nota oficial em que condena "fortemente" as execuções de quatro ativistas pró-democracia pelo regime ditatorial de Myanmar.
Segundo o comunicado, houve "repetidos apelos nossos e da comunidade internacional" para não executar os quatro homens. A Farnesina ressaltou ainda que a lei "antiterrorismo viola direitos fundamentais e as mais básicas garantias legais e judiciais".
"Manifestamos profunda solidariedade às famílias em luto; apoiamos o povo de Myanmar na sua batalha por liberdade e democracia; renovamos o apelo para que o regime ponha fim à violência, liberte os prisioneiros políticos e reintroduza a moratória da pena de morte", acrescenta a nota.
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