De janeiro a dezembro de 2021, foram registrados 215 ataques contra ativistas de direitos humanos na Venezuela, que incluíram prisões arbitrárias e invasões, segundo um informe da ONG Cofavic, publicado na terça-feira (12).
A organização, criada para atender às vítimas do "El Caracazo" — como são conhecidos os protestos que deixaram dezenas de mortos em 1989 — denunciou uma política "sistemática" de "impedir, enfraquecer, inibir e, em última análise, eliminar as capacidades das ONGs e dos defensores dos direitos humanos" no país.
Um dos exemplos emblemáticos de perseguição a defensores de direitos humanos no país foi a prisão, em julho de 2021, de três ativistas da ONG Fundaredes, incluindo seu diretor Javier Tarazona, após denunciar a presença de guerrilheiros colombianos na Venezuela e criticar a resposta do governo. As prisões foram consideradas"um exemplo preocupante" das "restrições ao espaço cívico" na Venezuela pela Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet. Desde então, Tarazona continua detido, enquanto seus companheiros foram liberados. Eles foram acusados dos crimes de "promoção do ódio, traição e terrorismo".
O Tribunal Penal Internacional (TPI) abriu uma investigação em novembro de 2021 por supostos crimes contra a Humanidade em manifestações antigovernamentais que deixaram cerca de 125 mortos em 2017.
Um projeto que visa promover a proteção dos defensores dos direitos humanos em risco no país foi apresentado em cerimônia na sede na União Europeia (UE), liderado pelo chefe da delegação do bloco europeu em Caracas, Rafael Dochao. O projeto, que terminará em janeiro de 2025, deverá beneficiar cerca de 2 mil ativistas de direitos humanos e 200 organizações sociais, informou a UE em um comunicado.
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