O adolescente Craig Mulligan, de 14 anos, foi considerado culpado pelo assassinato do menino Logan Mwangi, de apenas 5 anos, na Inglaterra. Ele recebeu a pena de prisão perpétua, com prazo mínimo para revisão de 15 anos. Além de Mulligan, também foram condenados a prisão perpétua o padrasto do adolescente, John Cole, de 40 anos; e a mãe do menino assassinado, Anharad Williamson, de 31, que namorava Cole.
Durante o julgamento, o adolescente foi descrito como "monstro" que fez repetidas ameaças de matar sua vítima. Até a definição da sentença, Mulligan não podia ser identificado, por ser menor de 18 anos, mas a juíza do caso, Justice Jefford, decidiu suspender essa proibição após a condenação.
Ao ler a sentença de Mulligan, a juíza afirmou ter certeza de ele havia agido "como seu padrasto lhe disse ou para espelhar suas ações. Você o idolatrava e queria ganhar sua aprovação”.
Sobre as motivações do padrasto, a investigação atribuiu ao passado violento de Cole - o que inclui um ataque a outra criança -, além do fato de que ele odiava a semelhança de Logan com o pai biológico, de origem queniana, sugerindo que o racismo pode ter estimulado suas atitudes.
'Puro mal'
John Cole e Anharad Williamson moravam juntos. Antes de Cole conseguir a guarda do adolescente, Mulligan estava sob os cuidados de uma família indicada pelo serviço social do Conselho de Bridgend - a mãe biológica dele, Rebecca Trudgill, o havia agredido anteriormente. Rebecca e Cole tinham tido um relacionamento, e Mulligan idolatrava o padrasto.
O adolescente mudou-se para a casa de Cole e Williamson em julho de 2021, apenas cinco dias antes do corpo de Logan ser encontrado no rio Ogmore, em Sarn, distrito de Bridgend, em julho do ano passado, com ferimentos semelhantes a um "grave acidente de carro".
Os promotores do caso disseram que o momento da mudança e a trágica morte de Logan "não foram coincidência". A conclusão da promotoria baseou-se no depoimento da família que cuidava de Mulligan, que o descreveu como "puro mal", obcecado pela ideia de matar pessoas e que gostava de praticar maldades contra adultos indefesos e animais.
Segundo, ainda, o relato da família, Mulligan verbalizara repetidas ameaças de matar Logan, a quem aparentemente tinha ciúmes por morar com seu padrasto. A família chegou a conversar com uma assistente social, dizendo estar com medo do adolescente, mas nenhuma providência foi tomada.
Morte brutal
A polícia encontrou o corpo de Logan parcialmente submerso no rio, a apenas 250 metros de sua casa. Ele havia sofrido 56 lesões externas na cabeça, rosto, torso, braços e pernas por "trauma de força contundente".
O ombro do menino estava fraturado, havia sangramento extenso no couro cabeludo e na parte de trás da cabeça e um trauma significativo no cérebro.
Apesar de tantos ferimentos, ele permaneceu vivo por muito tempo, em agonia. Especialistas disseram que os ferimentos foram causados por um “ataque brutal e sustentado”, infligido a Logan nas horas ou dias anteriores à sua morte.
A polícia chegou aos assassinos após investigação, que incluiu imagens de câmeras de segurança da vizinhança, que flagraram Mulligan ajudando o padrasto a carregar o corpo de Logan numa bolsa de ginástica. Os três culpados chegaram a participar das buscas ao menino. Até então, a mãe da criança havia feito uma denúncia de sequestro, e os três seguiram tentando encobrir o crime.
O Conselho de Bridgend está fazendo uma investigação interna para determinar se assistentes sociais e outros profissionais de proteção infantil falharam em intervir e possivelmente salvar Logan. Com informações do The Sun e Metro.co.uk.
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