Manifestações pelo direito ao aborto se espalham pelos EUA
Divulgação/Women's March
Manifestações pelo direito ao aborto se espalham pelos EUA

Milhares de pessoas saíram às ruas em dezenas de cidades americanas para protestar contra a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, que revogou o direito ao aborto legal no país, colocando fim a um entendimento de cerca de 50 anos.

Um dos maiores atos foi registrado do lado de fora da Suprema Corte, na capital americana, onde milhares de mulheres gritavam frases como "o meu corpo, a minha escolha".

Outras manifestações foram realizadas em Nova Ioque - incluindo duas passeatas na Union Square e na Washington Square -, Boston, Denver, Houston, Miami, Los Angeles, Atlanta, Chicago e Filadélfia. Um protesto também ocorreu em Austin, no Texas, um dos estados em que já vigora uma lei super restritiva sobre o aborto. Outras manifestações estão planejadas para este fim de semana em Nova Jersey, Nova York, Pensilvânia, Wisconsin, Illinois, Texas, Novo México e Califórnia.

Durante a noite da última sexta-feira, 24, a polícia de Phoenix, no Arizona, usou gás lacrimogêneo para dispersar uma multidão pró-aborto, segundo relatos da CNN. De acordo com os agentes, os manifestantes "socaram repetidamente a porta de vidro da entrada do Senado".

A série de protestos nos EUA foi desencadeada pela decisão da Suprema Corte de revogar a histórica decisão Roe v Wade, de 1973, que reconheceu o direito constitucional ao aborto e o legalizou em todo o país.

A partir de agora, os estados podem legislar do jeito que quiserem sobre o tema. Até o momento, sete estados americanos, liderados por republicanos, já proibiram o aborto imediatamente após a decisão da Suprema Corte. São eles: Kentucky, Louisiana, Dakota do Sul, Arkansas, Missouri e Oklahoma.

No Alabama, um tribunal declarou válida uma proibição que havia sido bloqueada. O veto ao aborto também entrará em vigor em Dakota do Norte e Utah.

Já no Mississippi e no Wyoming levará mais tempo: o primeiro proibirá o aborto 10 dias depois que o procurador-geral declarar a lei constitucional e, no segundo, a medida será válida cinco dias depois que o governador certificar que a decisão da Suprema Corte foi revogada.

Em Idaho, Tennessee e Texas, levará 30 dias, embora as clínicas médicas deste último estado já tenham parado de praticar abortos.

Neste sábado, 25, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, voltou a afirmar que "a decisão tomada pela Suprema Corte é devastadora e dolorosa", mas enfatizou que seu governo defenderá "os direitos reprodutivos das mulheres americanas". "Uma decisão chocante e terrível", insistiu Biden, durante cerimônia de assinatura da lei bipartidária sobre controle das armas.

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