A Rússia anunciou neste sábado (21) ter atacado e destruído um depósito de armas enviadas pelos Estados Unidos e União Europeia (UE) à Ucrânia localizado próximo a Kiev.
O bombardeio na região de Zhytomyr foi revelado pelo porta-voz do Ministério da Defesa de Moscou, Igor Konashenkov, durante uma coletiva de imprensa, citada pela agência Interfax .
"Mísseis de precisão de longo alcance baseados no mar Kalibr destruíram um grande lote de armas e equipamentos militares entregues pelos EUA e países europeus às tropas ucranianas em Donbass, perto da estação ferroviária de Malyn, na região ocidental de Zhytomyr", disse ele.
O governo russo alega ter lançado os mísseis de cruzeiro de uma fragata da frota de Moscou do Mar Negro, que "atingiu o local ucraniano com um grande suprimento de armas e equipamentos militares". Konashenkov também publicou o vídeo do lançamento do míssil.
A destruição de armamento que países ocidentais têm enviado para ajudar a Ucrânia a combater a invasão das tropas do presidente da Rússia, Vladimir Putin, tornou-se o novo foco de Moscou na guerra.
O Kremlin tem ameaçado de retaliação qualquer país que auxiliar os combatentes de Volodymyr Zelensky e ressaltou que planejava uma resposta aos envios de armas e às sanções impostas pelo Ocidente ao seu país.
Hoje, inclusive, o Reino Unido anunciou que começou a discutir com seus aliados internacionais sobre o envio de armas modernas à Moldávia para que possa se proteger da Rússia.
Segundo os serviços de inteligência ocidentais, a Rússia não vai se limitar à Ucrânia e deve estender a guerra até a Transnístria, território separatista pró-Moscou situado na Moldávia.
Em entrevista ao Telegraph , a ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss, disse que "deseja ver o país, que está localizado no sudoeste da Ucrânia, equipado de acordo com os padrões da Otan".
"Putin foi absolutamente claro sobre suas ambições de criar uma grande Rússia, e só porque suas tentativas de tomar Kiev não tiveram sucesso não significa que ele abandonou essas ambições", afirmou Truss.
A ministra britânica indicou que, se os planos forem adotados, os membros da aliança militar da Otan fornecerão à Moldávia armas modernas, substituindo os equipamentos da era soviética, e treinarão soldados para usá-las.
A Moldávia, a sudoeste da Ucrânia, não é membro da Otan e há temores de que possa ser o próximo alvo de Putin depois da Ucrânia.