Atirador pesquisou bairro negro antes de matar 10 em mercado nos EUA
Criminoso viajou 320 quilômetros depois de avaliar demografia do local; objetivo era matar o maior número de negros possível
Payton Gendron, rapaz branco de 18 anos que matou 10 pessoas no sábado (14) em um ataque a tiros em um supermercado na cidade de Buffalo, no estado de Nova York (EUA), pesquisou a demografia do bairro e o escolheu como alvo por ser predominantemente negro. As informações são da Associated Press (AP).
De acordo com autoridades locais neste domingo (15), o criminoso fez o reconhecimento prévio do local com o "propósito expresso" de matar quantos negros fosse possível. Morador da cidade de Conklin, ele viajou cerca de 320 quilômetros para realizar o ataque planejado.
Pessoas da comunidade se reuniram em volta do supermercado neste domingo para lamentar as mortes e entoar gritos de "Black Lives Matter" (vidas negras importam). "Alguém encheu seu coração de tanto ódio que destruiria e devastaria nossa comunidade", disse a Reverenda Denise Walden-Glenn, segundo a AP.
Em entrevista coletiva, o comissário de polícia de Buffalo, Joseph Gramaglia, disse que Gendron já havia ameaçado um tiroteio em sua escola no ano passado e, na ocasião, foi levado para uma avaliação de saúde mental. A lei federal estadunidense proíbe pessoas com questões mentais a possuírem uma arma.
A polícia disse à AP que uma investigação preliminar revelou que o criminoso visitou várias vezes sites que defendem ideologias de supremacia branca e teorias da conspiração baseadas em raça. Ele também teria pesquisado bastante sobre os tiroteios em mesquitas na Nova Zelândia em 2019 e sobre o ataque que matou dezenas em um acampamento de verão na Noruega em 2011.
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