NY: 5 pessoas vão dividir prêmio de US$ 50 mil por prisão de atirador
Sírio Zack Tahhan foi um dos que fez denúncia que levou a polícia até o suspeito do crime
Cinco pessoas que forneceram "informações cruciais" para a prisão de Frank James, autor do tiroteio em massa que deixou vários feridos no metrô de Nova York , nos Estados Unidos, vão dividir uma recompensa de US$ 50 mil (R$ 235 mil). O anúncio foi feito pelo Departamento de Polícia local nesta sexta-feira.
De início, o crédito pela denúncia foi dado ao sírio Zack Tahhan, que estava trabalhando na atualização de equipamentos em uma loja perto da Primeira Avenida, no East Village, em Manhattan, quando viu James por meio de uma das câmeras de segurança.
Tahhan passou a ser tratado como um novo herói nacional, falando para uma multidão de repórteres e curiosos, contando que correu para a rua seguindo o suspeito, alertando as pessoas ao seu redor para manterem distância.
Segundo o jornal The Guardian , um porta-voz da polícia de Nova York disse que todas as informações passadas às autoridades são confidenciais. No entanto, fontes da própria polícia, sob condição de anonimato, disseram à Associated Press que a ligação feita por Tahhan teria resultado em uma ida de agentes a uma unidade do McDonald's. O suspeito, no entanto, não estava mais lá.
Por conta das informações desencontradas, várias pessoas passaram a dizer que contribuíram para a captura. Lee Vasu, pintor e dono de uma galeria, disse à Artnet que reconheceu James enquanto caminhava com a família.
"Eu disse à minha esposa: 'O atirador do metrô está bem atrás de nós. Vá rápido. Empurre o bebê. Sem tempo para discussão. Vá'", contou, acrescentando que depois de se certificar de que eles estavam seguros, correu para chamar um policial. Outras pessoas já tinham notado a presença de James àquela altura.
"Eu estava olhando para ele como se o estivesse desenhando. Como artista, você estuda cada característica facial muito bem. Olhei para ele por um bom tempo, e meia hora depois, lá estava ele. Você não pode escapar de um artista no East Village", ressaltou.
Outro que conta ter ajudado na captura é Francisco Puebla, gerente de uma loja de ferragens próxima ao local da prisão. Ao New York Times, ele contou que contratou Tahhan para trabalhar com as câmeras de segurança de sua loja.
"Ele está em todas as mídias sociais, mas fui eu quem fiz algo", defendeu.
Ao USA Today , no entanto, ele retratou o episódio como um esforço de equipe. Depois de avistar James, ele teria pedido duas pessoas que trabalhavam no sistema de segurança, uma delas Tahhan, para "confirmar se era o mesmo cara”.
Eles concordaram e, então, disseram: “Vamos chamar a polícia”. Depois de algumas discussões sobre quem faria a denúncia, Puebla, por fim, teria se aproximado de um carro da polícia, parado nas proximidades, com a informação sobre a localização do suspeito.
Além deles, o próprio Tahhan também creditou o seu primo, Mo Cheikh, como um dos responsáveis pela captura do suspeito.
Vítimas já se recuperaram
O atentado no metrô de Nova York ocorreu na última terça-feira , quando um Jamesatirou duas granadas de fumaça e fez ao menos 33 disparos dentro de um vagão, por volta de 8h30, horário de maior movimento no transporte.
O ataque na estação da Rua 36, no bairro Sunset Park, na região do Brooklyn, deixou ao menos 23 feridos, incluindo 10 a bala e o restante pela inalação da fumaça e pelo tumulto causado na tentativa de fuga dos passageiros. Todos já se recuperaram e estão fora de perigo.
A polícia de Nova York prendeu o acusado na tarde da última quarta-feira , no East Village, em Manhattan, cerca de 13 km do local do ataque. Segundo as autoridades, ele já havia sido detido 12 vezes.
"Nós o pegamos. Agradeço à polícia", disse o prefeito de Nova York, Eric Adams, em entrevista a jornalistas após a detenção. "Vamos proteger as pessoas desta cidade e prender aqueles que acreditam que podem trazer terror aos nova-iorquinos comuns ."
O promotor de Nova York, Breon Peace, disse em nota que James foi acusado "de violar (o artigo) 18 USC 1992, que proíbe o terrorismo e outros ataques violentos contra os sistemas de transporte coletivo". Caso seja condenado, pode pegar prisão perpétua.
— Com informações de agências internacionais