Rússia nega ter pedido ajuda militar à China para invasão da Ucrânia
Estados Unidos acusaram governo de Vladimir Putin de ter pedido ajuda da China para realizar "operação militar especial" no território ucraniano
Nesta segunda-feira (14), o porta-voz do governo da Rússia, Dmitry Peskov, negou que o país pediu ajuda à China para a "operação militar especial" na Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro.
Nesse domingo (13), um alto funcionário do governo dos Estados Unidos afirmou que a Rússia havia pedido ajuda militar à China . De acordo com Jake Sullivan, os EUA deixaram claro para o governo chinês que haverá “absolutamente consequências” para os esforços de “larga escala” para dar ao Kremlin uma solução alternativa para as sanções americanas.
Em entrevista à imprensa, o porta-voz russo foi questionado sobre a afirmação de Sullivan, mas respondeu apenas "não".
Mais cedo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, já havia negado a informação. "É completamente falso, é pura desinformação. A China já expôs sua posição sobre a crise na Ucrânia de forma clara e consistente. Exercemos um papel construtivo e avaliamos a situação de maneira imparcial e independente. Difamar a posição da China não é aceitável", disse Lijian também em entrevista coletiva.
Desde o início das investidas russas na Ucrânia, as autoridades chinesas têm se mostrado alinhadas com o país liderado pelo presidente Vladimir Putin. Pouco tempo depois da invasão ao território ucraniano, a China disse "lamentar" as mortes e ser contra as sanções que alguns países já haviam anunciado contra a Rússia.
Na ocasião, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, disse que o conflito tem uma "história e realidade complicados", que apoia "todos os esforços diplomáticos" e não se referiu ao ocorrido como uma invasão.
Apesar disso, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dymtro Kuleba, disse que o país está pronto para continuar as negociações com a Rússia e que mediação do governo chinês para conseguir um cessar-fogo.
Nessa segunda, terminou a nova rodada de negociações entre as delegações da Rússia e Ucrânia por videoconferência .
Segundo o assessor do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, Mikhailo Podolyak, as tratativas provavelmente prosseguirão amanhã, após uma "pausa técnica" para a realização de discussões "adicionais nos subgrupos de trabalho e esclarecimentos de definições individuais".