Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (10), o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, declarou que os países do Ocidente que enviam armas à Ucrânia "responderão pelos seus atos". Sua fala se deu logo após o encontro com o ministro ucraniano Dmytro Kuleba, que terminou sem acordo.
Lavrov também afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, não recusaria um encontro com Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, para discutir "questões específicas".
A invasão da Rússia à Ucrânia completa hoje 15 dias com registro de novos bombardeios. A diplomacia turca, que organizou a reunião de hoje, informou que o objetivo do encontro era alcançar um cessar-fogo, mas não houve progresso.
"Aqui não era o fórum para discutir um cessar-fogo a parte. A parte ucraniana sabe o que deve fazer se a questão é sobre corredores humanitários" , afirmou Lavrov.
Ele acrescentou que a Rússia não tem nenhuma intenção de atacar outros países, "mas quem manda armas à Ucrânia deve entender que responderá pelos seus atos".
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, está viajando para a Polônia a fim de discutir o envio de caças MIG-29 à Ucrânia, em meio à guerra contra a Rússia. O Pentágono —sede da defesa dos EUA —já se posicionou contra o apoio militar.
A Polônia diz estar pronta para enviar "imediatamente e gratuitamente" todos os seus caças MIG-29 para o território ucraniano, por meio da base aérea dos Estados Unidos em Ramstein, na Alemanha.
"Esses países estão criando um grande risco para eles mesmos quando entregam armas muito poderosas. Não temos qualquer plano contra qualquer outro país da Otan."
Durante a coletiva de imprensa de Lavrov, a Prefeitura de Mariupol, cidade portuária do leste da Ucrânia, informou que a cidade está sob ataque aéreo da Rússia. No dia anterior, um bombardeio contra um hospital infantil e maternidade em Mariupol deixou três mortos, incluindo uma menina.
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Ao longo da semana, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, repetiu cobranças por mais armamentos e uma "zona de exclusão aérea" para impedir ataques aéreos da Rússia.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirma que a decisão representaria um risco considerável de conflito direto entre países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a Rússia.
"Uma zona de exclusão aérea significaria que, se os aviões russos violassem a área, nós os derrubaríamos" , explicou Blinken na segunda-feira (7).
Putin já declarou que a imposição de uma zona de exclusão aérea teria "consequências colossais e catastróficas não apenas para a Europa, mas também para o mundo inteiro".
EUA anunciam envio de mísseis à Polônia contra possíveis ataques a aliados
Os Estados Unidos enviaram duas baterias de mísseis Patriot à Polônia para defesa contra possíveis ataques a membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia.
Patriots são sistemas de mísseis de defesa aérea projetados para combater e destruir mísseis balísticos de curto alcance, aeronaves avançadas e mísseis de cruzeiro.
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