União Europeia entra em acordo sobre refugiados da Ucrânia
UE prevê um fluxo de 7 a 8 milhões de deslocados
Os países da União Europeia chegaram nesta quinta-feira (3) a um acordo para conceder proteção temporária a refugiados da guerra na Ucrânia , incluindo os deslocados internacionais que sejam de outras nacionalidades.
Inicialmente, países como Áustria, Eslováquia, Hungria e Polônia (os três últimos fazem fronteira com a Ucrânia) haviam levantado objeções contra a concessão de refúgio para não-ucranianos, mas estes também serão beneficiados.
"Será consentida a proteção temporária para ucranianos e não-ucranianos que residam no país, com a possibilidade de estes últimos também terem outro tipo de proteção estabelecido em nível nacional", afirmou a ministra italiana do Interior, Luciana Lamorgese, após uma reunião do Conselho de Assuntos Internos da UE em Bruxelas.
"É um resultado que demonstra a vitalidade da Europa em um momento de grave crise", acrescentou. Segundo Lamorgese, a UE prevê um fluxo de 7 a 8 milhões de refugiados da Ucrânia. "A pressão maior será sobre os países que estão na fronteira", disse.
Ainda durante a reunião, o ministro do Interior da Áustria, Gerhard Karner, havia dito que não tinha "sentido incluir cidadãos de países terceiros" no esquema de proteção internacional, preocupação que era compartilhada por Eslováquia, Hungria e Polônia.
Há relatos de discriminações contra africanos que vivem na Ucrânia e não conseguiram entrar na União Europeia para fugir da guerra.
No início da semana, Gabão, Gana e Quênia, representantes da África no Conselho de Segurança da ONU, condenaram o "tratamento racista" contra africanos e afrodescendentes que tentam escapar do território ucraniano.