Governo da Nigéria condena racismo contra africanos na Ucrânia
Milhares de cidadãos africanos relatam que foram impedidos de sair do país em guerra
O governo nigeriano condenou o racismo sofrido por milhares de seus cidadãos que tentam deixar o território ucraniano. A Ucrânia é alvo de bombardeios por parte da Rússia desde a última quinta-feira (24) porque o governo de Vladimir Putin não aceita o interesse da nação em ingressar para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar do Ocidente.
O cenário de guerra fez ucranianos, brasileiros e cidadãos de outras nacionalidades buscarem uma saída do país
, uma delas pela Polônia. Mas, para africanos, a entrada no país vizinho tem sido barrada.
Segundo o The Guardian, estudantes africanos são discriminados por oficiais de segurança ucranianos que não permitem a entrada no território polonês. Diante disso, o presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, se pronunciou.
"Todos que fogem de uma situação de conflito têm o mesmo direito a uma passagem segura nos termos da convenção da ONU e a cor de seu passaporte ou de sua pele não deve fazer diferença", declarou o governante ao apontar o racismo.
Buhari citou "relatos infelizes" de que policiais e seguranças impediram o embarque de nigerianos em trens e ônibus que saiam do país sob ataque. Um vídeo publicado pelo perfil Africa Facts Zone, no Twitter, mostra a situação. No domingo (27), a página divulgou que africanos eram mandados de volta para o fim da fila para dar prioridade aos ucranianos nos trens.
Africans being refused entry into a train taking people from Ukraine to Poland.
Africans were forced to wait for Ukrainians to go first in several trains, and had to wait until all Ukrainians had boarded trains before they would be allowed to get into one pic.twitter.com/BQ4klYQv1U
De acordo com Buhari, um grupo de estudantes chegou à conclusão que precisava viajar novamente pela Ucrânia até chegar à fronteira do país com a Hungria e tentar fazer a viagem por lá.
Com isso, o ministro das Relações Exteriores da Nigéria, Goeffrey Onyeama, vai discutir o assunto com o embaixador ucraniano.
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