Secretária dos EUA: Putin 'fabrica ameaças para justificar agressões'

Governo Biden condenou decisão do presidente russo de colocar sistema de defesa nuclear em alerta

Vladimir Putin durante reunião do Conselho de Segurança Nacional
Foto: Reprodução
Vladimir Putin durante reunião do Conselho de Segurança Nacional

A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que a decisão de Vladimir Putin  de colocar o sistema de defesa nuclear do país em alerta faz parte de um comportamento padrão de "fabricar ameaças que não existem para justificar novas agressões".

"Esse é um padrão que vimos do presidente Putin ao longo deste conflito, que está fabricando ameaças que não existem para justificar agressões", disse ela, em entrevista à ABC News. "Toda a comunidade global e os cidadãos americanos devem olhar por esse prisma", acrescentou.

"Nós o vimos fazer isso várias vezes. Em nenhum momento a Rússia esteve sob ameaça da Otan. A Rússia esteve sob ameaça da Ucrânia. Tudo isso é um padrão do presidente Putin".

Segundo Putin, a medida foi tomada por precaução, embora nenhum país ocidental tenha sinalizado que entrará no conflito. À Agência Tass, ele disse que as sanções anunciadas pelos ocidentais são "Ilegítimas".

Nos EUA, republicanos de alto estalão do Partido Republicano pressionam o presidente Joe Biden para que ele decida por mais uma rodada de sanções à Rússia, com foco nas exportações de petróleo e gás do país.

Quarto dia de conflito

Na última quinta-feira, o presidente da Rússia Vladimir Putin ordenou que as tropas que já faziam exercícios militares nas fronteiras invadissem a Ucrânia. O presidente russo não aceita o interesse do país vizinho em integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar do ocidente.

Durante à noite, os bombardeios se intensificam em endereços militares, mas ao contrário do que afirmam os militares russos, bombas e mísseis já atingiram residências, hospitais, escolas e outras instalações civis. Até este domingo, estima-se que cerca de 210 ucranianos tenham morrido, e 4,3 mil russos - a Rússia não divulga números oficiais de vítimas, apenas os equipamentos militares destruídos.

Na madrugada de hoje, a segunda maior cidade do país, Kharkiv, foi bombardeada . Um prédio de nove andares com civis foi atingido por um míssil - uma mulher morreu e 20 pessoas precisaram ser evacuadas. Outros 60 moradores estavam em um abrigo em uma área subterrânea e não se feriram.

O ministro ucraniano do Interior, Evgeny Yenin, informou à CNN que Rússia e Ucrânia conversam de maneira informal para iniciar a negociação de um cessar-fogo amanhã (28 ).

Mais de 4 mil pessoas já foram presas na Rússia em protestos contra a Guerra. Na quinta-feira, o Comitê de Investigação da Rússia informou que a participação em qualquer protesto contra a guerra na Ucrânia era ilegal. O órgão russo também afirmou que ofensas poderiam ser inscritas nos registros criminais dos participantes.

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