Presidente da Ucrânia diz que vai defender país com ou sem apoio
Presidente também cobrou decisão sobre adesão à Otan e pediu mais apoio do Ocidente
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky , disse neste sábado (19) que seu país precisa de garantias de segurança da comunidade internacional para evitar uma invasão russa , porque o mundo não está preparado para "pagar o preço" de outra guerra mundial.
Em pronunciamento na Conferência de Segurança em Munique, na Alemanha, o chefe de Estado pediu mais apoio do Ocidente e reforçou que vai defender o próprio país "com ou sem parceiros". "Todos devem entender que não estamos pedindo uma doação", disse.
"Não é apenas um gesto de generosidade, mas isso é uma contribuição de vocês para a segurança da Europa, para qual a Ucrânia tem servido como um escudo por oito anos já", prosseguiu.
Zelensky observou que o planeta já perdeu "milhões de vidas" com duas guerras mundiais e que é preciso ter "esperança" para não ocorrer um terceiro conflito.
"O mundo já pagou um preço muito alto com duas guerras mundiais e nós não podemos seguir nessa tendência. E não tornar isso uma tendência. Nós precisamos construir um novo sistema, antes que tenhamos milhões de vítimas", afirmou Zelensky.
O líder ucraniano discursou em meio à escalada de tensões na fronteira entre Ucrânia e Rússia e afirmou que pelo menos 150 mil soldados russos fortemente armados estão na região.
Zelensky pediu paz, em nome da Ucrânia e do mundo, ressaltando que "o mundo está dizendo que não pode haver uma guerra, enquanto a Rússia diz que também não quer intervir". Para ele, "alguém está mentindo".
O presidente também convocou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU em vista da escalada militar em torno da Ucrânia e acrescentou que é necessário um roteiro para uma "possível integração da Ucrânia na aliança" da Organização do Tratado do Atlântico do Norte (Otan).
"Nas próximas semanas é necessário buscar novas garantias de segurança para a Ucrânia com os países do Conselho de Segurança e com a participação da Europa, Alemanha e Turquia", concluiu.