Bento XVI pede perdão por "erros" do clero e diz esperar "juízo final"
Papa emérito foi acusado de encobrir casos de abusos sexuais contra crianças ocorridos na Igreja Católica da Alemanha
Em carta divulgada nesta terça-feira (8), o papa emérito Bento XVI pede perdão por "abusos" e "erros" do clero e disse estar pronto para enfrentar "o juízo final da vida". Recentemente, Bento XVI foi acusado de encobrir e não agir perante aos casos de abusos sexuais contra crianças ocorridos na Igreja Católica da Alemanha . Segundo relatório independente , ele não teria impedido que um padre abusasse de quatro meninos na época em que era arcebispo.
Bento XVI, que renunciou em 2013, está com 94 anos e afirmou na carta que foi "profundamente prejudicial" ter sido rotulado de mentiroso perante à inação em relação aos abusos, mas que reconhece os "erros ocorridos".
No início de janeiro, um documento interno da Igreja Católica obtido pelo jornal alemão Die Ziet também havia apontado que o arcebispo de Munique e Freising de 1977 e 1982, Joseph Ratzinger — nome de Bento XVI — acobertou casos de abusos contra menores dentro da instituição na década de 1980. Ele, no entanto, nega que soubesse dos casos à época.
Os crimes envolvem o padre Peter H., que teria abusado de ao menos 23 meninos de 8 a 16 anos entre os anos de 1973 e 1996. Um decreto de 2016 da arquidiocese de Munique mostra que a instituição criticou o comportamento dos clérigos, incluindo o de Bento XVI diante dos abusos.
Quatro dias após a divulgação desse relatório, Bento XVI afirmou ter participado de uma reunião em janeiro de 1980 sobre um dos padres acusados.
Na carta divulgada, Bento XVI mudou a versão de que não teria participado do encontro e pediu desculpas. Ele também disse que o erro não foi cometido por "má fé", mas que sentia vergonha e dor pelo sofrimento das vítimas.