O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou neste domingo (30) que a aliança militar não vai enviar tropas de combate para a Ucrânia em caso de invasão russa.
"Fazemos um monte de coisas para ajudar a Ucrânia a fortalecer suas capacidades de defesa, mas a Ucrânia não é membro da Otan. Só existe uma garantia de 100% de que um ataque contra um aliado desencadeie a resposta de toda a aliança, e isso é para membros da Otan, não para parceiros próximos e de valor", disse Stoltenberg à rede britânica BBC.
Segundo o secretário, a organização militar está focada em dar "apoio" a Kiev e em "enviar uma mensagem à Rússia de que vai impor sanções severas" no caso de um ataque. "A coisa mais importante é tentar prevenir uma ação militar contra a Ucrânia", acrescentou.
A Rússia já acumula cerca de 100 mil soldados, tanques e mísseis ao longo da fronteira ucraniana, mas nega a intenção de invadir o país vizinho. No entanto, o regime de Vladimir Putin afirma que não vai permitir uma eventual adesão de Kiev à Otan, aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética.
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No fim da semana passada, o presidente dos EUA, Joe Biden, alertou que a Rússia pode invadir a Ucrânia em fevereiro e anunciou o envio de tropas para países da Otan no leste europeu, mas não especificou quais.
Quatro Estados-membros da aliança militar fazem fronteira terrestre com a Ucrânia: Romênia, Hungria, Eslováquia e Polônia.
A Rússia já anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, o que culminou em sanções econômicas dos EUA e da União Europeia, e também é acusada de financiar os rebeldes pró-Moscou que controlam as autoproclamadas repúblicas de Lugansk e Donetsk, na região de Donbass.