Erupção de vulcão em Tonga provocou mais de 200 mil raios em uma hora
Número de descargas elétricas em tão pouco tempo impressionou especialistas de monitoramento metereológico
A erupção do vulcão submarino Hunga-Tonga-Hunga-Ha'apai, em Tonga, no Pacífico Sul, provocou mais de 200 mil descargas elétricas em um intervalo de uma hora — sendo 63 mil raios em 15 minutos —, conforme foram registrados por sensores de raios. A magnitude da erupção, considerada uma das mais intensas do mundo em décadas, foi o que causou os raios, alem de ondas a milhares de quilômetros de distância e variação de pressão atmosférica em todo o mundo, sendo percebida, inclusive, no Brasil.
Especialistas analisaram que é a primeira vez que um número tão grande de descargas elétricas é registrado em tão pouco tempo. Em outras erupções de grande impacto nas últimas décadas, como do Pinatubo, El Chichón e Monte Santa Helena, não havia tecnologia que registrasse os raios através de sensores.
O show de luzes aconteceu nas regiões de Mackay, Isaac e Whitsunday. Os registros das descargas elétricas foram divulgados pela Ergon Energy Network, empresa subsidiária da Energy Queensland Limited, uma empresa estatal de propriedade do Governo de Queensland, na Austrália.
A empresa de meteorologia Metsul apresentou esses dados, explicando que raios são efeitos comuns de erupções vulcânicas. De acordo com a análise publicada no site, "tudo o que é preciso é calor, ionização, uma diversidade de moléculas e transporte do material vulcânico, e quando carga suficiente se separa na distância certa, ocorrem descargas elétricas. É assim que se formam relâmpagos vulcânicos. Descargas elétricas frequentemente são observadas em erupções vulcânicas explosivas e são comumente associadas à formação de plumas de cinzas, destaca o USGS, o serviço geológico dos Estados Unidos".
O Metsul também chamou a atenção para o fato de que "os raios são a principal causa de interrupções não programadas para a maioria das linhas de transmissão de energia e é uma das principais causas de falhas em linhas de distribuição aéreas em zonas vulcânicas ativas". A região de Tonga perdeu o acesso à internet após a erupção, além de ter sofrido blecautes de energia e de linhas telefônicas.