Um estudo independente comissionado pela Igreja Católica revelou centenas de casos de violência sexual por parte de clérigos e leigos na Arquidiocese de Colônia, a principal da Alemanha . O relatório de 800 páginas foi apresentado nesta quinta-feira (18) pelo advogado criminalista Bjorn Gercke e aponta 314 vítimas de abusos cometidos por 202 pessoas, sendo que 63% dos responsáveis pertencem ao clero.
A investigação contempla o período de 1975 a 2018 e, segundo Gercke, mais da metade das vítimas tinha menos de 14 anos de idade na época dos abusos. No entanto, o relatório livrou o arcebispo de Colônia, cardeal Rainer Maria Woelki, que ocupa o cargo desde 2014, da suspeita de "violação do dever" em relação aos casos de violência sexual .
Ainda assim, o cardeal se disse "profundamente envergonhado" com as denúncias e condenou a "ocultação" dos crimes no passado. "As ações devem ter consequência inclusive para os membros do clero", acrescentou.
No início de março, Woelki afirmou que suspenderia, "se necessário", pessoas citadas no relatório. Antes disso, o arcebispo havia sido alvo de protestos por impedir a publicação de um estudo preliminar sobre abusos cometidos por padres na Arquidiocese de Colônia.
Woelki alegava "direito à privacidade" das pessoas citadas no documento, que foi elaborado por um escritório de advocacia de Munique. O relatório de Gercke, no entanto, aponta que o atual arcebispo de Hamburgo, Stefan Hesse, que foi vigário-geral em Colônia , violou seus deveres aos ocultar casos de abuso. O sacerdote ainda não se pronunciou.