Uma fábrica envolvida na produção da vacina Covishield, desenvolvida pela farmacêutica britânica AstraZeneca , no País de Gales foi parcialmente esvaziada nesta quarta-feira por conta de uma suspeita de bomba. Uma unidade especializada em explosivos da polícia local foi encaminhada à planta, localizada na cidade de Wrexham.
A unidade é operada pela companhia Wockhardt UK e faz parte da cadeia de produção do imunizante da AstraZeneca , desenvolvido em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido), sendo responsável pelo envase e embalagem da vacina. A fórmula teve o uso emergencial aprovado em diferentes países, incluindo o Brasil. As doses da AstraZeneca aplicadas nos brasileiros até o momento são importadas do Instituto Serum, na Índia.
"A fábrica da Wockhardt UK em Wrexham recebeu nesta manhã um pacote suspeito em suas instalações. Todas as autoridades cabíveis ofram imediatamente notificadas e se colocaram à disposição", anunciou a companhia através de um comunicado. "Seguindo diretrizes técnicas, evacuamos parcialmente a planta até que uma investigaçao completa seja concluída. A segurança dos nossos funcionários e a continuidade dos serviços são de imensa importância".
Um robô neutralizante foi visto no local. Em nota, a polícia local confirmou o envio de um esquadrão antibombas para a fábrica e orientou a população a evitar a área. "Estamos lidando neste momento com o incidente em curso no Complexo Industrial de Wrexham", disse o comunicado.
Visita do premier
O emissora britânica BBC, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson , visitou a fábrica em novembro e defendeu que a instalação tinha o potencial de "salvar a humanidade" contra o coronavírus. Na ocasião, Johnson posou para os fotógrafos com frascos da vacina da AstraZeneca antes de receber a autorização regulamentar das autoridades de saúde britânicas.
A Wockhardt UK foi selecionada pelo governo britânico para colaborar com o processo de produção da vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford.
A suspeita de bomba ocorre em meio a um momento tenso entre a AstraZeneca, o Reino Unido e a União Europeia (UE). Depois que a farmacêutica britânica anunciou que não conseguiria entregar todos os lotes de vacinas contra a Covid-19 previstos para o primeiro trimestre por problemas em suas plantas situadas no território europeu, o bloco europeu cobrou publicamente a empres a cumprir com as obrigações contratuais.
Como não houve problemas com o fornecimento de doses ao Reino Unido , um clima de desconfiança se instaurou entre Londres e Bruxelas.
A AstraZeneca tem um acordo firmado com o governo britânico que prevê o fornecimento de 100 milhões de doses do imunizante Covishield. Segundo uma fonte de alto escalão da UE ouvida pela Reuters, as duas unidades da AstraZeneca no Reino Unido que fabricam as vacinas devem compartilhar a produção com a União Europeia em virtude do contrato assinado com o bloco.