Duas novas espécies de fungos, que transformam moscas em "zumbis" , foram identificadas por pesquisadores da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca. A descoberta foi publicada no periódico científico Journal of Invertebrate Pathology.
Identificadas como Strongwellsea tigrinae e Strongwellsea acerosa, elas infectam dois tipos de mosca dinamarquesa - Coenosia tigrina e Coenosia testacea. Seu grande diferencial está no fato de que, em vez de ejetarem esporos depois que os hospedeiros morrem - processo comum aos fungos -, essas novas espécies fazem suas vítimas viverem por dias, realizando atividades normais e socializando com outras moscas, enquanto consomem suas reservas de gordura, órgãos reprodutivos e finalmente seus músculos.
Depois de alguns dias, os hospedeiros ficam deitados de costas, sofrem espasmos por algumas horas e depois morrem. A tática incomum de manter o hospedeiro vivo enquanto libera esporos é chamada de transmissão ativa do hospedeiro. Trata-se de uma forma eficaz de obter acesso a outras vítimas saudáveis.
Os cientistas dinarmaqueses acreditam que os fungos possam estar produzindo substâncias que "dopam" seus hospedeiros, o que significa que podem permanecer frescos o suficiente para viver por dias após a infecção - apenas entrando em colapso quando não houver mais nada para ser "aproveitado".
"Suspeitamos que esses fungos produzam substâncias semelhantes às anfetaminas que mantêm os níveis de energia de uma mosca elevados até o fim", explica o principal autor do estudo, Jørgen Eilenberg, do departamento de Ciências Vegetais e Ambientais da Universidade de Copenhagen.
Acredita-se que esses parasitas infectem apenas uma pequena porcentagem de indivíduos - entre 3 e 5% em uma população saudável de moscas.