O assassinato do principal cientista nuclear do Irã no mês passado foi realizado remotamente com inteligência artificial e uma metralhadora equipada com um "sistema inteligente controlado por satélite", disse um comandante iraniano às agências de notícias locais.
Ali Fadavi, vice-comandante do Corpo da Guarda Revolucionária do Irã, afirmou que Mohsen Fakhrizadeh dirigia quando uma arma abriu fogo contra seu carro em uma rodovia perto de Teerã. A arma "deu um zoom em Fakhrizadeh" usando uma "câmera avançada", disse Fadavi. "Nenhum terrorista esteve presente no local."
O relato de Fadavi é a mais explícita das afirmações feitas pela primeira vez na semana passada de que o ataque foi conduzido remotamente. As reivindicações não foram verificadas e foram tratadas com certo ceticismo no Ocidente. O Irã culpou Israel pelo assassinato - uma afirmação que Israel não negou nem confirmou.
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França, Alemanha e Reino Unido alertaram o Irã que estava limitando o espaço para diplomacia ao ameaçar cometer novas violações do acordo nuclear após a morte de Fakhrizadeh.
Na semana passada, o parlamento iraniano instruiu o governo a encerrar as inspeções da ONU em suas instalações nucleares até fevereiro, mas o Ministério das Relações Exteriores iraniano disse não ter sido consultado sobre a resolução, acrescentando que ela não se tornaria lei a menos que fosse endossada pelo presidente, Hassan Rouhani.
Fadavi disse que a arma usada para matar Fakhrizadeh foi colocada em uma caminhonete e controlada por um satélite, e disparou 13 tiros . "Durante a operação, inteligência artificial e reconhecimento facial foram usados", disse Fadavi. "Sua esposa, sentada a 25 cm de distância dele no mesmo carro, não se feriu."
O relato de Fadavi difere muito dos primeiros relatos sobre a morte de Fakhrizadeh, quando testemunhas disseram à televisão estatal que um caminhão explodiu antes que um grupo de homens armados abrisse fogo contra seu carro.
Fakhrizadeh, identificado por Israel como principal jorgador no que diz ser uma busca contínua do Irã por armas nucleares, foi o quinto cientista nuclear iraniano morto em ataques direcionados desde 2010 dentro do Irã. Teerã negou por muito tempo qualquer ambição de desenvolver a capacidade de armas nucleares.
As potências europeias alertaram, nesta segunda-feira (07), que medidas vistas como limitantes das inspeções da Organização das Nações Unidas (ONU) seriam muito preocupantes e dificultariam as chances de um acordo diplomático.