O presidente eleito dos EUA, Joe Biden , nasceu e viveu até os 10 anos de idade na cidade de Scranton, na Pensilvânia. O estado é conhecido pelas minas de carvão e de ferro, pelas indústrias, pelos sindicatos e, mais recentemente, pelo gás de xisto.
Ao lado de Wisconsin e Michigan, a Pensilvânia integra a "muralha azul", uma referência à cor do Partido Democrata, forte na região do Meio-Oeste. Em 2008 e 2012, esses três estados votaram no democrata Barack Obama. Em 2016, Donald Trump surpreendeu ao levar a melhor nos três estados.
Ao prometer a revitalização da indústria do carvão e do alumínio, o republicano ganhou a confiança da classe média e dos brancos sem diploma universitário. A conquista de Trump foi fundamental para garantir sua vitória no Colégio Eleitoral.
Nesta corrida pela Casa Branca , Biden sabia que precisava vencer na Pensilvânia. Foi lá onde ele mais fez comícios e iniciou sua campanha. Para convencer o público, Biden usou sua fama de ser um representante da classe média e dos trabalhadores, mesmo tendo passado a maior parte da sua carreira política em Washington e vivendo hoje no estado de Delaware.
"Não importa para onde eu tenha ido na vida, sempre fui guiado pelos valores que Scranton me incutiu em uma idade jovem — valores de trabalho árduo, fé e um compromisso com a classe média", disse Biden durante uma visita à cidade.
O democrata também rotulou sua corrida à Casa Branca como uma disputa entre Scranton e a Park Avenue. Nessa avenida sofisticada de Manhattan, moram vários milionários e Trump tem um edifício residencial.
O esforço deu resultado. Nesta sexta, 6, Biden tomou a liderança na apuração de votos na Pensilvânia. Ele também venceu no Michigan e no Wisconsin. O triunfo na "muralha azul" reverteu as conquistas de Trump há quatro anos e abriu caminho para Biden se tornar o 46º presidente americano.