Trump e Biden se enfrentaram no último debate antes da eleição. Entretanto, situação do atual presidente continua complicada.
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Trump e Biden se enfrentaram no último debate antes da eleição. Entretanto, situação do atual presidente continua complicada.

Faltando menos de duas semanas para a eleição presidencial dos Estados Unidos , o democrata Joe Biden aparece como favorito para se tornar o novo presidente dos EUA. Pesquisas de intenção de voto chegaram a mostrar o ex-vice-presidente com 9% de vantagem para Donald Trump , que tenta se reeleger. Com esses números, Biden poderá ter uma vitória tranquila no pleito do próximo dia 3.

Entretanto, com 11 dias de campanha restantes, Trump tentará reverter a desvantagem. Segundo Leandro Consentino, cientista político e professor do Insper, a missão do republicano é complicada. E acredita que ele poderá tentar “barrar o voto” dos eleitores de estados em que tende a perder.

“A eleição nos Estados Unidos não é obrigatória, é facultativa. O que ele ( Trump ) pode tentar fazer é barrar o voto de determinados estados que ele sabe que não o apoiam”, explica, Leandro, que complementa: “Barrar o voto não no sentido de alguma violência, mas no sentido de tentar impedir que as pessoas votem. Desmobilizar os eleitores democratas”.

Biden adotará 'retranca'

Leandro também aponta que, nesta reta final, o democrata deverá adotar um tom tranquilo na campanha, evitando envolver seu nome em polêmicas - uma vez que está em vantagem em relação ao adversário.

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“Ele vai fazer o jogo ‘da retranca’, fazendo uma analogia ao futebol. Quando você entra com uma vantagem no segundo jogo, você coloca o time na retranca para evitar que o time tome um contra-ataque e perca a vantagem”, explica Leandro.

Entretanto, o cientista diz que, caso Biden seja atacado pela campanha de Trump, ele precisará responder para que não passe a imagem de que vai aceitar os ataques. De todo jeito, Leandro diz que “de fato, o Biden vai jogar na retranca nesse último momento, nessa reta final”.

Desempenho no debate

Por fim, o professor diz que o debate da última quinta-feira (22) não tem força para influenciar o resultado da eleição.

“O debate foi morno e terminou, para muitos analistas, empatado. Eu acho que as pesquisas de opinião que dão uma vitória do Biden são mais as pessoas que estão mais ‘pró-Biden’. O clima está mais ‘pró-Biden’, então as pessoas sinalizam que ele venceu o debate”, explica Leandro, pontuando que, apesar disso, não houve uma vitória retumbante de nenhuma das partes.

O cientista destacou ainda que Biden focou o debate na pandemia, o que ele considera uma “área sensível” da administração de Donald Trump. “Ele fez uma gestão toda negacionista, toda complicada e colhe, hoje, frutos bastante ruins dessa pandemia”, conclui Consentino.

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