Manifestações na França fazem homenagem a professor decapitado por terrorista
Crime aconteceu na última sexta-feira (16) e chocou o país; Samuel Paty apresentou uma charge do profeta Maomé para seus alunos ao ensinar sobre liberdade de expressão
Por iG Último Segundo |
Vias públicas de grande parte das cidades francesas receberam milhares de manifestantes neste domingo (18). O intuito era de homenagear Samuel Paty , o professor de 47 anos que foi decapitado na cidade de Eragny após apresentar aos seus alunos, em uma aula sobre liberdade de expressão, uma caricatura do profeta Maomé .
Cerca de 11 suspeitos já foram presos e o crime está sendo considerado pela Procuradoria Nacional Antiterrorista da França como um assassinato realizado por associação terrorista. O autor do crime, Abdoullakh Aboyezidvitch A., 18, foi morto após ser encontrado por autoridades e ter agido de maneira agressiva e perigosa.
Entre os presos, estão familiares de Abdoullakh e pais de outros alunos que se ofenderam com a conduta de Paty.
Apesar das medidas preventivas adotadas devido à pandemia do novo coronavírus, as manifestações foram autorizadas na capital. A homenagem aconteceu na Praça da República e reuniu pessoas que levavam cartazes com os dizeres “sou professor” e “não ao totalitarismo do pensamento”.
Personalidades como o presidente da França, Emmanuel Macron, e jornalistas do Charlie Hebdo , jornal que sofreu com atentados em 2015 e que era responsável pela caricatura apresentada por Paty em sala de aula, confirmaram presença. Os jornalistas, aliás, foram alguns dos organizadores da homenagem.
Liberté, égalité, fraternité 🇫🇷
— 🇫🇷 MarleneSchiappa (@MarleneSchiappa) October 18, 2020
Hommage à #SamuelPaty pic.twitter.com/UzQaXA1b9E
Você viu?
#Toulouse rend hommage à #SamuelPaty , professeur d'Histoire assassiné vendredi en région parisienne, une minute d'applaudissements a lieu en ce moment. pic.twitter.com/opiTrFBOAT
— Maxime NOIX (@Maquessime) October 18, 2020
A peine 15H et déjà une foule immense à République pour rendre hommage à Samuel Paty. #Republique pic.twitter.com/NQNkogMUe4
— Remy Buisine (@RemyBuisine) October 18, 2020
Beatiful tribute to history teacher #SamuelPaty decapitated in a Paris suburb after he showed caricatures of Prophet Muhammad to his pupils. “Goodbye professor, we will never forget you.” #MonsieurPaty RIP pic.twitter.com/1hVrU8sNY6
— Golnaz Esfandiari (@GEsfandiari) October 18, 2020
A cidade de Lille também recebeu centenas de manifestantes. A 200 km de Paris, a população de Lille se reuniu carregando faixas nas cores da bandeira francesa e cartazes. A fachada da escola onde Paty dava aulas também recebeu uma manifestação espontânea.
#SamuelPaty Lille pic.twitter.com/gt9kWbw6o4
— Émilien Ruiz (@mXli1) October 18, 2020
Macron chegou a visitar a escola Conflans-Sainte-Honorine, onde Paty lecionava, e afirmou que o assassinato tratava-se de um atentado terrorista
.
"Um de nossos compatriotas foi assassinado porque ele ensinava seus alunos sobre liberdade de expressão, liberdade de crer ou de não crer. Não é por acaso que foi um professor que esse terrorista matou", afirmou o presidente. "Porque ele queria matar a república nos seus valores, as luzes, a possibilidade de fazer nossas crianças cidadãs livres”, continuou.