Escavações no deserto de Negev, em Israel, revelaram evidências da mais antiga fábrica de sabonete encontrada no país até hoje, divulgou o site Jerusalem Post.
Os arqueólogos descobriram a antiga instalação, localizada no que antes era uma casa grande e luxuosa, enquanto realizavam escavações antes de um novo projeto de construção. A família abastada que morava no complexo provavelmente acumulou sua riqueza produzindo e vendendo sabão de azeite de oliva.
"É a primeira vez que se descobre uma fábrica tão antiga como esta, que nos permite recriar o tradicional processo de produção da indústria do sabonete", disse Elena Kogen Zehavi, arqueóloga da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA), em um comunicado. "Estamos familiarizados com importantes centros de fabricação de sabão de umperíodo muito posterior - o período otomano."
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Os pesquisadores decodificaram a receita milenar
da oficina de sabão estudando vestígios de material orgânico. Eles concluíram que os trabalhadores da fábrica misturavam azeite de oliva com cinzas de plantas de erva-sal, que contêm altas concentrações de potássio e são uma rica fonte natural de sais de potássio, e cozinhavam a mistura por sete dias.
Então, despejavam a mistura em uma bacia rasa, permitindo que endurecesse por cerca de dez dias antes de cortá-la em barras. Após dois meses de secagem, as barras eram vendidas como sabonete
.
A primeira evidência conhecida da fabricação de sabão é uma inscrição cuneiforme de quase 5 mil anos , detalhando o processo de lavagem da lã na preparação para o tingimento.
Os pesquisadores não têm certeza se os mesopotâmicos que produziram o sabonete o usaram para limpar seus corpos, mas de qualquer forma, a substância - feita com cinzas, água e gordura - teria sido muito diferente do sabonete
em barra sólido dos tempos modernos.
A primeira aparição do sabão
como as pessoas poderiam reconhecê-lo hoje data do século 7 d.C., quando químicos árabes combinaram óleos vegetais e aromáticos com soda cáustica.
Em um comunicado à imprensa após as descobertas arqueológicas, o prefeito de Rahat, Fahiz Abu Saheeben, diz que espera construir um centro de visitantes que celebre a profunda história da região.