China diz que frango vindo do Brasil tem novo coronavírus
Reprodução redes sociais
China diz que frango vindo do Brasil tem novo coronavírus

Uma amostra de asas de frango congeladas importadas do Brasil, apresentou resultado positivo para o novo coronavírus (Sars-coV-2), segundo comunicado do governo chinês divulgado nesta quinta-feira (13).

A amostra foi retirada da superfície do frango . Outras amostras de comida congelada que tiveram o resultado positivo para Covid-19 tinham material recolhido da superfície das embalagens.

O frango brasileiro veio de um frigorífico do sul de Santa Catarina. A contaminação do alimento pode provocar queda das exportações brasileiras para a China.

"É difícil dizer em que estágio o frango congelado foi infectado", disse à Reuters um funcionário de um exportador de carne brasileiro com sede na China .

A agência procurou a embaixada brasileira em Pequim , que não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Em Shenzhen, a amostra foi considerada positiva para o vírus durante testes de rotina no distrito de Longgang na terça-feira, e confirmada num reexame pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças local, disse o jornal South China Morning Post .

As autoridades informaram que submeteram imediatamente a exames de diagnóstico as pessoas que tiveram contato com os produtos contaminados, assim como seus parentes. Todos os testes apresentaram resultado negativo, segundo o comunicado.

Camarão do Equador contaminado

O coronavírus também foi encontrado numa amostra de embalagem de camarão congelado do Equador em Xian, capital da província de Shaanxi, no noroeste da China.

Em julho, a China também encontrou vestígios de coronavírus em pacotes de camarão do Equador.

No final de junho, a China suspendeu importações de três processadores brasileiros de carne, informou o Ministério da Agricultura, citando preocupações de Pequim em conter um novo surto da epidemia de Covid-19 .

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Em nota na época, a pasta disse que o órgão chinês responsável pela área, a Administração Geral de Alfândega da China (GACC, na sigla em inglês) “solicitou recentemente informações sobre alguns estabelecimentos brasileiros que exportam para a China e que tiveram notícias divulgadas na imprensa do Brasil sobre casos da Covid-19 entre seus trabalhadores”.

No início de julho, testes em massa revelaram um surto de infecções por coronavírus em fábricas operadas pelas processadoras de alimentos JBS e BRF no Centro-Oeste do país, com 1.075 empregados de uma fábrica de suínos da JBS testando positivo para Covid-19.

Outros 85 trabalhadores também testaram positivo em frigor´fico de aves da BRF na cidade, onde a empresa emprega cerca de 1.500 pessoas.

Dias depois, a China suspendeu temporariamente as importações de uma fábrica da BRF em Lajeado e de uma da JBS em Três Passos, ambas no Estado do Rio Grande do Sul, segundo publicação no site da GACC.

A China é o maior comprador de carne suína e bovina do Brasil. O país asiático solicitou que os exportadores de carne certifiquem globalmente que seus produtos estão livres de coronavírus.

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O Brasil, maior produtor mundial de carne de frango, era até 2017 o principal fornecedor de frango congelado para a China, por um valor que se aproximava de US$ 1 bilhão por ano e um volume que representava quase 85% das importações do gigante asiático.

Mas nos últimos anos o país perdeu parte do mercado para Tailândia, Argentina e Chile, de acordo com a consultoria especializada Zhiyan.

Testes em frigoríficos

O Ministério Público do Trabalho (MPT) conduz dede julho mais de 200 investigações com o objetivo de averiguar o que tem sido feito para evitar que o coronavírus se alastre pelos frigoríficos no Brasil.

Especialistas consultados pelo jornal O Globo afirmam que não só no Brasil, mas em países como EUA e Alemanha, a atividade apresentou número elevado de infectados por conta do ambiente de trabalho considerado de risco para a disseminação da doença.

"Todo ambiente fechado, mal ventilado e onde as pessoas trabalham muito próximas tem maior risco e os frigoríficos estão nessa categoria", afirmou Rosana Richtmann, médica Infectologista do instituto de Infectologia Emilio Ribas, de São Paulo.

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