O Tribunal Superior da União Europeia decidiu que a detenção arbitrária de requerentes de asilo na Hungria é ilegal. A decisão foi tomada quando políticos da UE criticaram o estado de emergência da Hungria, segundo o qual a polícia questionou mais de 100 pessoas por supostas "notícias falsas" do coronavírus.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, recusou-se a participar do debate de quinta-feira (14) no Parlamento Europeu sobre o país. Quase 300 pessoas estão detidas em zonas de trânsito na fronteira Hungria-Sérvia.
Nick Thorpe, da BBC em Budapeste, disse que a decisão da UE abre caminho para que os imigrantes - quase metade deles crianças - sejam libertados, já que a decisão significa que a Hungria deve criar novas regras de asilo.
Duas famílias - do Afeganistão e do Irã - processaram o governo húngaro e terão que ser libertadas. Dos detidos nas duas zonas de trânsito, 120 passaram mais de um ano lá.
Você viu?
O governo ordenou que tropas húngaras patrulhem uma cerca de arame farpado na fronteira, erguida para impedir a entrada de migrantes.
Leia mais: EUA se aproximam de 84 mil mortes; total de casos sobe para 1,38 milhões
Erno Simon, da Agência de Refugiados da Organização das Nações Unidas (ACNUR), disse que a detenção de longo prazo de crianças e outras pessoas vulneráveis nessas zonas de trânsito é "completamente inaceitável e desumana
".
O governo de Orban se recusa a aceitar pedidos de asilo de países não pertencentes à UE. A crise desencadeada por uma onda de migração em 2015 ainda não foi resolvida, pois muitos campos de migrantes estão superlotados e esquálidos.
Muitos deles são sírios, afegãos ou iraquianos que fogem do conflito. Nos últimos anos, milhares saíram da África Subsaariana e arriscaram suas vidas para chegar à Europa.