O primeiro caso de coronavírus no Líbado foi confirmado
em um campo de refugiados palestinos, informou, nesta quarta-feira (22), a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que supervisiona os casos de refugiados, intensificando os temores de que o vírus se alastre pelas populações mais vulneráveis
do Oriente Médio.
A paciente, uma mulher palestina-síria, testou positivo na terça-feira (21), de acordo com Tamara Alrifai, porta-voz da agência da ONU. A mulher está sendo tratada no Hospital Rafik Hariri, em Beirute, o principal centro de tratamento de coronavírus do governo, enquanto sua família está passando por testes.
Centenas de milhares de refugiados palestinos - pessoas que foram forçadas a abandonar ou fugiram na guerra em torno da criação de Israel em 1948 e seus descendentes - vivem como estranhos perpétuos no Líbano, onde enfrentam discriminação sistemática.
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Eles são proibidos de ter cidadania libanesa e de muitas profissões, além de construir moradias permanentes. Os refugiados vivem em estruturas apertadas e semi-permanentes em uma rede de 12 campos e 26 assentamentos informais em todo o país, dificultando o distanciamento social.
Cerca de 3 mil pessoas vivem no mesmo campo da paciente, que fica no vale do Bekaa. O Líbano também abriga mais de um milhão de sírios que buscaram refúgio da guerra civil. Eles também vivem em condições esquálidas em campos informais em todo o país.
Grupos de ajuda temem que um surto de coronavírus nos campos de refugiados possa inflamar a hostilidade e a tensão entre as comunidades palestinas e sírias e seus vizinhos libaneses.
Buscando evitar as acusações de que os palestinos estão drenando os recursos do governo libanês já esticados, a ONU prometeu cobrir os custos da hospitalização dos refugiados palestinos, disse Alrifai.