A pandemia de coronavírus provavelmente dobrará
o número de pessoas que enfrentam fome neste ano, de acordo com um novo relatório do Programa Mundial Alimentar, que detalha como o vírus - e os bloqueios resultantes - exacerbam
as condições em alguns dos países mais pobres do mundo.
Cerca de 265 milhões de pessoas em países de baixa e média renda podem enfrentar fome até o final de 2020, uma duplicação dos 135 milhões que já enfrentavam insegurança alimentar aguda em 2019, segundo o programa, que faz parte da Organização das Nações Unidas (ONU). A maioria dos países com as piores crises alimentares está na África, com conflitos, mudanças climáticas e crises econômicas listados como os principais fatores que ameaçam o acesso aos alimentos.
A pandemia de coronavírus infectou mais de 2,5 milhões de pessoas e matou mais de 165 mil em pelo menos 177 países desde o início, revertendo quase todos os aspectos da vida e introduzindo mudanças drásticas na maneira como interagimos, aprendemos e trabalhamos.
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Em todo o mundo, bloqueios e medidas de distanciamento social destinadas a conter a propagação do vírus também afetaram a produção agrícola, a segurança alimentar e os níveis de nutrição.
A menos que a comida e a ajuda humanitária tão necessárias sejam entregues aos necessitados, o vírus e a resposta "podem ser catastróficos para milhões de pessoas que já estão por um fio", disse Arif Husain, economista-chefe do programa, em comunicado.
"É um golpe para milhões a mais que só podem comer se ganharem um salário", disse Husain, acrescentando: "Só é preciso mais um choque - como a Covid-19 - para empurrá-los para o limite".
A ONU disse que os doadores globais prometeram apenas um quarto dos US$ 2 bilhões necessários para responder aos desafios trazidos pela pandemia.