Os líderes emitiram uma breve declaração dizendo que havia lacunas na maneira como o mundo lidava com a pandemia
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Os líderes emitiram uma breve declaração dizendo que havia lacunas na maneira como o mundo lidava com a pandemia



A hostilidade dos EUA à Organização Mundial da Saúde (OMS) anulou a publicação de um comunicado dos ministros da Saúde do G-20, no domingo (19), que se comprometia a fortalecer o mandato da OMS na coordenação de uma resposta à pandemia global de coronavírus.

Em vez de uma longa declaração com parágrafos detalhados, os líderes emitiram uma breve declaração, dizendo que havia lacunas na maneira como o mundo lidava com a pandemia.

O fracasso em concordar com uma declaração enfatizará até que ponto a pandemia se tornou um palco de um desacordo global mais amplo entre os EUA e a China, no qual outros países se vêem cada vez mais forçados a tomar partido.

Donald Trump suspendeu os pagamentos dos EUA à OMS em protesto contra o que ele considera como a abordagem centrada na China do organismo, refletida - na sua opinião - por seu fracasso em desafiar os chineses suficientemente sobre as origens do surto da Covid-19.

Tawfiq Al-Rabiah, ministro da Saúde da Arábia Saudita, que organizava o encontro virtual, cancelou abruptamente uma conferência de imprensa planejada no domingo, dizendo que precisava urgentemente participar de uma reunião da força-tarefa sobre o coronavírus.

Uma declaração de seis parágrafos não mencionava a OMS, mas referia-se a fraquezas sistêmicas na maneira como o mundo lidava com pandemias.

No entanto, um esboço de 52 parágrafos não publicado apoiou e se comprometeu a fortalecer ainda mais o mandato da OMS na coordenação da luta contra a pandemia, incluindo a proteção dos profissionais de saúde da linha de frente e a entrega de suprimentos médicos, especialmente ferramentas de diagnóstico, medicamentos e vacinas.

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O esboço também expressava "preocupação com a continuidade e falta de financiamento sustentável" do programa de emergências em saúde da OMS. Exortou todos os doadores a investirem no fundo, dizendo que "é muito mais econômico investir em financiamento sustentável para a preparação do país do que pagar os custos de resposta a surtos".

Vários dias antes da reunião, rumores apontavam que o secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Alex Azar, não compareceria conforme o previsto. Outros participantes disseram entender que Trump não queria que ele participasse. Em vez disso, os EUA foram representados por Eric Hargan, vice de Azar.

Outras delegações também foram informadas, antes da reunião, das objeções dos EUA à linguagem relacionada à OMS, que foi apoiada pelos outros 19 representantes.

Segundo os presentes, muitos falaram sobre o papel principal desempenhado pela OMS e elogiaram o valor das orientações que ela emitiu durante o surto.

Fontes disseram que alguns representantes também afirmaram que qualquer inquérito sobre o tratamento da pandemia pela OMS - conforme exigido pelo governo Trump - deve esperar até que a pandemia seja controlada.

Quando chegou a vez da delegação dos EUA, Hargan explicou que os EUA "não podiam endossar" a declaração, sugerindo que um resumo fosse emitido na forma de um comunicado à imprensa.

A maior parte do esboço do comunicado constituía um apelo aos países para cooperar multilateralmente para evitar futuras pandemias, destacando a atual desigualdade nos recursos de saúde e o sofrimento humano que a pandemia estava causando.

O escrito não continha críticas implícitas ou explícitas ao tratamento inicial da crise pela China, afirmando que todos os lados estavam comprometidos em aprender lições da situação, incluindo as vulnerabilidades expostas pela resposta global.

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