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Reprodução/Al Jazeera
Após meses dramáticos, China começa a se recuperar do Coronavírus

A China começará a divulgar, a partir desta quarta-feira, informações sobre pacientes com coronavírus que não apresentam sintomas da doença, ordenando-os a ficar em quarentena por 14 dias, disse um oficial de saúde, depois que o continente testemunhou seu primeiro aumento de infecções em cinco dias.

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Na segunda-feira, o total de infecções no país era 81.518 na China continental, com 3.305 mortes.

À medida que as infecções locais desaparecem e novos casos aparecem entre os viajantes que retornam para casa, a existência de portadores do vírus sem sintomas está alimentando a preocupação pública de que as pessoas possam estar espalhando o vírus sem saber que estão doentes.

A partir de 1.º de abril, o relatório diário da Comissão Nacional de Saúde incluirá detalhes de tais casos pela primeira vez, disse Chang Jile, funcionário da comissão. As pessoas em contato próximo com eles enfrentam 14 dias de observação médica.

Segundo o órgão, os pacientes assintomáticos sob observação totalizaram 1.541 na segunda-feira, com 205 dos casos vindos do exterior.

As 48 novas infecções de segunda-feira, e uma morte, na China continental superam as 31 do dia anterior, informou a comissão, revertendo quatro dias de queda.

Todos foram importados, levando o número de casos da China para 771, sem nenhuma nova infecção local relatada.

Muitos eram estudantes que retornavam do exterior. Cerca de 35 cidadãos chineses infectados ainda estão estudando no exterior, com 11 já curados, disse Liu Jin, funcionário do Ministério da Educação.

Exame para faculdade

Por temer uma segunda onda de infecções provocadas por esses viajantes, a China atrasará seu exame de admissão das faculdades em um mês, até 7 e 8 de julho, informou a China Central Television, embora a província de Hubei, onde o vírus tenha surgido no final do ano passado, e Pequim, a capital, tenham mais margem de manobra na programação.

O teste anual atraiu mais de 10 milhões de candidatos no ano passado.

Na semana passada, um estudo publicado na revista médica britânica Lancet Public Health, recomendou que a China ampliasse o fechamento das escolas e locais de trabalho, uma vez que o relaxamento poderia trazer um segundo pico no surto em agosto.

"A China diminuiu a transmissão do vírus e, ao fazê-lo, ultrapassou um pico de surto", disse Tarik Jasarevic, representante da Organização Mundial da Saúde. "O desafio agora é impedir o ressurgimento de novos casos".

As autoridades fiscais reconheceram o impacto da pandemia para exportadores, dizendo que estavam estudando políticas para reduzir a pressão sobre as empresas, desde cortes de impostos a uma extensão de políticas preferenciais para empresas estrangeiras.

Novos dados de uma pesquisa com a industria mostraram que a atividade se expandiu em março, a partir do colapso de fevereiro, quando as empresas voltaram ao trabalho. Mas analistas alertaram que a queda da demanda externa poderia impedir uma recuperação duradoura.

"A situação pode ser muito fluida, pois o surto do vírus permanece imprevisível", disseram analistas do banco ANZ em nota. "Os formuladores de políticas chineses provavelmente irão intensificar e expandir o programa de estímulo, se necessário".

O centro comercial de Xangai viu 11 novos casos importados na segunda-feira, principalmente entre os chineses que retornaram ao trabalho, enquanto Pequim teve três.

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Wuhan, capital da província central de Hubei, não relatou novas infecções pelo sétimo dia consecutivo. "Obrigado, Wuhan. Estamos de volta", dizia uma mensagem em um prédio que abriga uma loja de roupas.

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