A cidade de Codogno, onde foi descoberto o primeiro caso de transmissão interna do novo coronavírus (Sars-CoV-2) na Itália, voltou a registrar contágios. O município de 16 mil habitantes fica na Lombardia, epicentro da epidemia no país, e havia conseguido zerar os novos casos há cerca de 15 dias.
No entanto, em entrevista ao jornal Corriere della Sera, o prefeito, Francesco Passerini, anunciou a descoberta de mais seis pessoas contaminadas. "Temos seis positivos a mais. Nos últimos dias, estávamos parados em 268 casos", declarou.
Codogno e outras dez cidades do norte do país foram colocadas em quarentena total em 23 de fevereiro, inclusive com toque de recolher, e só saíram dessa condição no dia 8 de março, quando o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, editou um decreto impondo restrições à circulação na Lombardia e em províncias de outras quatro regiões.
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O mesmo texto determinou o fim da quarentena em Codogno, que, assim como as outras dez cidades, passou a se adequar às novas normas impostas pelo governo, um pouco menos rígidas que o isolamento total que vigorava até então.
Prudência
O decreto, mais tarde estendido a todo o país, permite que cidadãos saiam de casa em algumas situações, como para comprar alimentos e por motivos de trabalho, saúde ou familiares. "Os dados de ontem dizem respeito a um único dia e devem ser vistos com prudência, mas espero que não seja o início de uma contratendência", disse Passerini.
Uma das hipóteses, segundo o prefeito, é que laboratórios tenham analisado exames que estavam parados havia alguns dias. "De qualquer maneira, a tendência em longo prazo é de diminuição, e isso significa que a 'zona vermelha' funcionou". "Nós não abaixamos a guarda", acrescentou. Até o momento, a Itália contabiliza 80,5 mil casos de Sars-CoV-2 e 8,1 mil mortes.