A bispa Mary Glasspool , reverenda da Igreja Anglicana , irá presidir um culto inclusivo, direcionado a pessoas da comunidade LGBT+, em uma igreja em Canterbury, na Inglaterra. Primeira bispa lésbica da congregação, ela organizou o evento, em parceria com outros membros, para protestar contra uma decisão polêmica do Arcebispo de Canterbury, Justin Welby.
Neste ano, será realizada a Conferência de Lamberth , reunião global de bispos anglicanos, realizada a cada dez anos. Apesar da abertura da Igreja a respeito das questões LGBT+ nos últimos anos, o Arcebispo proibiu que sacerdotes homossexuais levem seus parceiros ao evento. Cônjuges do sexo oposto têm entrada livre.
O culto presidido por Glasspool acontecerá às vésperas da conferência, no intuito de mandar uma “forte mensagem” aos mais de mil bispos de 165 países que participarão da reunião, na Universidade de Kent.
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“Como outros, inicialmente eu questionei o uso da frase ‘Eucaristia Inclusiva”, uma vez que todas as celebrações eucarística são, por essência, inclusivas. No entanto, eu estou ciente de que, infelizmente, há muitos lugares no mundo em que esse ainda não é o caso. Espero que, da menor maneira possível, essa celebração possa mudar isso”, afirma Glasspool.
Acolhimento
Outra pastora presente será a Reverenda Mpho Tutu van Furth, filha de Desmond Tutu, arcebispo vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1984 por sua luta contra o Apartheid na Africa do Sul.
“Acolhimento e hospitalidade são valores importantes da herança do Oriente Médio de nossa tradição cristão .Queremos que toda pessoa que se junta a nós no culto saibam que cada fibra de seu ser é bem-vinda aqui”, diz Mpho Tutu.
Em processo
Apesar dos conflitos internos, a Igreja Anglicana está bastante avançada em relação a muitas das igrejas quanto à questão LGBT+. Segundo pesquisa, de 2013 para 2020, o numero de adeptos da religião que são contra o casamento gat caiu de 47% para 34%. No Brasil, o primeiro casamento Gay de São Paulo foi realizado pela Igreja Anglicana.