Javier Ortiz se declarou negro em inscrições para ser promovido
Reprodução / Miami PD
Javier Ortiz se declarou negro em inscrições para ser promovido


Policiais afro-americanos acusam o Departamento de Polícia de Miami de encobertar atos de racismo e permitir a discriminação dentro da corporação, e um exemplo muito claro está sendo utilizado como tema central da questão. O sindicato que representa esses policiais apontaram atitudes do Capitão Javier Ortiz como evidência da conduta discriminatória.

Na época em que entrou para a Polícia de Miami, Ortiz se declarou como homem branco hispânico. Anos depois, em duas ocasiões, ele se declarou negro ao fazer inscrições para ser promovido. Os episódios ocorreram em 2014, com a candidatura à vaga de tenente, e em 2017, quando conseguiu a promoção para o cargo de capitão. Com isso, ele burlou iniciativas vigentes para que mais policiais negros sejam contratados.

A designação racial alegada por Ortiz foi considerada extremamente ofensiva pelos colegas negros da corporação, mas ele continua insistindo em se declarar negro. “Eu sou um homem negro”, disse o policial em comissão realizada na última sexta-feira, em Miami, e transmitida ao vivo. “Sim, eu sou. E eu não sou hispânico. Eu nasci nesse país, é assim que eu me sinto”.

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"Revelação"

Em dado momento, ele foi questionado pelo comissário Joe Carollo: “Quando você teve a revelação divina de que você era negro? Quando Deus te contou isso?” A resposta fez referência a uma teoria batizada como “one-drop rule” (regra de uma gota, na tradução literal), que afirma que qualquer pessoa com um único ancestral de ascendência africana pode ser considerado negro.

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“Eu aprendi que pessoas na minha família são mestiças e negras. E se você sabe algo sobre one-drup rule, que começou no século 20 e define o que é um homem negro, você saberia que se você tem uma ‘gota de negros’ em você, você é considerado negro. Provavelmente você também é negro”, afirmou Ortiz ao comissário.

Racismo

A situação fica ainda mais tensa quando se avalia o histórico racista de Javier Ortiz. A lista incluiu um boicote contra Beyoncé por causa de uma referência aos Panteras Negras e a defesa de policiais envolvidos em um episódio de violência contra jovens negros.

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