Após fim de ofensiva, Trump retira sanções contra Turquia

Presidente dos Estados Unidos havia imposto sanções em função dos ataques contra os curdos no norte do país. Turquia não retomará operações

Foto: Divulgação/Official White House/Shealah Craighead
Trump retirou tropas americanas da fronteira entre Turquia e Síria, onde curdos foram atacados

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogou nesta quarta-feira (23) as sanções que havia imposto à Turquia por conta da incursão militar contra os curdos no nordeste da Síria.

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A suspensão das sanções se deu após Ancara ter anunciado que não retomaria a operação, uma vez que os combatentes das Forças Democráticas da Síria (SDF) completaram sua retirada da região. "Isso é algo criado por nós. Salvamos as vidas de muitos, muitos curdos", disse Trump, que é acusado de traição pelos membros dessa etnia.

As sanções americanas atingiam três ministros turcos, Hulusi Akar (Defesa), Suleyman Soylu (Interior) e Fatih Donmez (Energia), além dos ministérios da Defesa e da Energia como um todo. Trump também havia elevado a sobretaxa alfandegária contra o aço da Turquia para 50% e interrompido as negociações para um acordo comercial de US$ 100 bilhões.

Pouco antes do anúncio do fim das sanções, Ancara havia dito que não reiniciaria sua incursão militar no nordeste da Síria. "Não é necessário retomar a ofensiva, porque a retirada foi concluída", disse o ministro Akar.

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Em reunião em Sochi, na última terça (22) os presidentes Tayyip Erdogan e Vladimir Putin definiram que os combatentes das SDF, coalizão aliada dos EUA na guerra contra o Estado Islâmico (EI), teriam de se retirar de uma faixa de 30 quilômetros de largura a partir da fronteira com a Turquia .

As SDF são formadas majoritariamente por curdos, incluindo as Unidades de Proteção Popular (YPG), milícia considerada como um grupo "terrorista" por Ancara. A criação de uma faixa de segurança na fronteira síria era o principal objetivo da Turquia, que via no país vizinho a consolidação de uma região autônoma controlada pelos curdos , chamada Rojava.

Iniciada em 9 de outubro, após os EUA terem anunciado a retirada de suas tropas da Síria, a ofensiva turca teve o apoio de milícias árabes e foi marcada por denúncias de violações dos direitos humanos, inclusive de execuções sumárias de civis.

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A embaixadora americana na OTAN, Kay Bailey Hutchison, defendeu inclusive uma investigação contra a Turquia por "crimes de guerra".