Metrô de Santiago, no Chile, reabre parcialmente após onda de protestos
Aumento das passagens do serviço deflagrou manifestações contra o presidente Sebastian Piñera que sacudiram o país no fim de semana
O metrô de Santiago, capital do Chile, abriu parcialmente uma de suas linhas nesta segunda-feira (21), depois de suspender suas operações na última sexta-feira devido aos incêndios e destruição causados por confrontos entre manifestantes que protestavam contra o aumento da passagem e policiais, ordenados pelo presidente Sebastian Piñera.
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A estação do metrô La Moneda, a poucos metros da sede do governo no Centro de Santiago, abriu as portas depois das 7h. Vários soldados guardavam as entradas, observou um jornalista da agência AFP .
La Moneda é uma das 27 estações da Linha 1, que percorre de Leste a Oeste a capital chilena , com sete milhões de habitantes. Por enquanto, ela é a única linha que a estatal do metrô de Santiago reabriu para aliviar o transporte público, que durante esse dia operará com sua capacidade reduzida após os violentos confrontos em Santiago, que permanece em estado de emergência.
O governo chileno anunciou que, além do metrô, mais de 500 ônibus públicos, municipais e interurbanos extras estarão disponíveis, bem como táxis particulares, para cobrir a demanda de transporte dos habitantes da capital chilena. Em dia normais, o metrô de Santiago atende cerca de 3 milhões de passageiros por dia.
Os tumultos em Santiago começaram na sexta-feira quando manifestantes, a maioria estudantes, protestaram dentro das estações contra o aumento da passagem do metrô nos horários de pico em 3,75%, de 800 para 830 pesos (cerca de US$ 1,20, ou R$ 5), uma medida que Sebastián Piñera cancelou diante da violência dos protestos que deixaram dez mortos e cerca de 1.500 presos. Segundo o presidente da estatal Metrô de Santiago, Louis de Grange, o prejuízo causado pelos atos de vandalismo em 78 estações seria de US$ 300 milhões.
Assista como ficaram ruas de Santiago após confrontos
Os protestos e o toque de recolher imposto pelo governo chileno também afetaram os voos com partida e chegada ao aeroporto internacional de Santiago. A companhia aérea A Latam anunciou o cancelamento de todos os seus voos com origem no aeroporto de Santiago entre as 19h de domingo e as 10h desta segunda-feira, com exceção dos voos LA530, LA704 e LA2364, com destino a Nova York, Frankfurt e Lima, respectivamente.