Bachelet denuncia novos casos de tortura e execuções na Venezuela

Novo relatório da comissonária da Organização das Nações Unidas revela 57 casos cometidos por membros da Polícia Nacional somente em julho

Chefe dos direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet traz novos dados da Venezuela
Foto: Divulgação/ONU
Chefe dos direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet traz novos dados da Venezuela


A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet , denunciou nesta segunda-feira mais casos de “possíveis execuções extrajudiciais”, além de “tortura e maus-tratos” contra presos na Venezuela , em um discurso em Genebra. Bachelet apresentou um novo e severo relatório sobre a situação no país, que mostra que, apenas no mês de julho, a ONG Monitor de Víctimas identificou 57 novos casos de supostas execuções cometidas por membros da Forças de Ações Especiais da Polícia Nacional ( Faes ) em Caracas.

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"Meu escritório continuou documentando casos de possíveis execuções extrajudiciais cometidas por membros das Faes em alguns bairros do país (...) além de casos de tortura e maus-tratos, tanto físicos quanto psicológicos, de pessoas arbitrariamente privadas de sua liberdade, em particular militares".

Em um primeiro relatório , apresentado em 5 de julho, Bachelet denunciou a “erosão do Estado de Direito” na Venezuela, alertando, no entanto, que as sanções internacionais agravaram a crise no país.

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"A situação dos direitos humanos continua afetando milhões de pessoas na Venezuela e com claros impactos desestabilizadores na região — reiterou Bachelet , criticando “ações recentes” com o objetivo de aprovar uma lei que “criminalize as atividades de organizações nacionais de direitos humanos que recebem fundos do exterior”. — Essa lei, se aprovada e aplicada, reduzirá ainda mais o espaço democrático.

Há algumas semanas, o número dois do governo, Diosdado Cabello , alertou que a Assembleia Nacional Constituinte — presidida por ele — aprovaria uma legislação para sancionar o financiamento externo das ONGs e pessoas que “estão recebendo dinheiro do imperialismo para conspirar contra o país”.

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No novo informe,  Bachelet  também insistiu que as sanções do governo americano contra Nicolás Maduro contribuem para “agravar a situação humanitária” do país e o “êxodo dos venezuelanos”.

"A economia está passando pelo que poderia ser o episódio hiperinflacionário mais agudo que a América Latina já experimentou".

No domingo, as ONGs venezuelanas Provea e Acesso à Justiça, afirmarm que, quase três meses após a visita de Bachelet à Venezuela , houve apenas retrocesso.

"Se alguém avaliar a situação dos direitos humanos desde que Bachelet apresentou seu relatório, a situação (na Venezuela) piorou. Não houve praticamente nenhuma melhora — disse Marino Alvarado, membro fundador e coordenador do Provea".

Além do aumento do número de presos políticos, Alvarado denunciou a ausência de melhorias nos programas sociais do chavismo, como as missões, e o crescimento da perseguição contra a oposição.

"Continua a política de enfraquecer a Assembleia Nacional, utilizando o Judiciário para perseguir dissidentes e combatentes sociais".