Guaidó seguirá na presidência da Assembleia Nacional da Venezuela em 2020

Citando interesse nacional, partidos minoritários cedem lugar para que líder opositor permaneça à frente do Parlamento do país no ano que vem

Guaidó seguirá na presidência da Assembleia Nacional da Venezuela em 2020
Foto: Reprodução/Twitter/jguaido
Guaidó seguirá na presidência da Assembleia Nacional da Venezuela em 2020

Os deputados dos partidos minoritários da Venezuela, que por força de um pacto político deveriam assumir a presidência da Assembleia Nacional do país em janeiro de 2020,
anunciaram nesta sexta-feira (6) que cederam seu lugar para que o líder opositor Juan Guaidó siga dirigindo o Parlamento venezuelano.

Leia também: Exigência de vistos no Equador para venezuelanos causa caos na Colômbia

Quando a oposição venezuelana liderada por Guaidó obteve a maioria no Congresso nas eleições em 2016, as agremiações firmaram um acordo político que dizia que em 2020 os
deputados dos 17 pequenos partidos, quase todos com entre um a quatro representantes, assumiriam a direção da Casa.

Agora, porém, estes parlamentares deixaram que ele siga na presidência rotativa anual da Assembleia, que conta com um total de 167 deputados, embora depois da retirada em 2017
dos 55 deputados chavistas a oposição tenha se tornado a única força política do Parlamento.

Leia também: Em nova cartada, EUA oferecem anistia a Maduro para ele deixar o poder

"Os partidos que assumiriam a presidência do ente legislativo decidiram que o que está por vir é de interesse do país. Até que cesse a usurpação (da Presidência da Venezuela pelo chavista Nicolás Maduro ), o presidente da Assembleia Nacional será Juan Guaidó", disse Carlos Berrizbeitia, deputado do partido minoritário Projeto Venezuela, em coletiva de imprensa.

Berrizbeitia acrescentou que a decisão das organizações políticas será apresentada na sessão da Assembleia Nacional na próxima terça para que tenha respaldo da maioria dos
legisladores.

Guaidó assumiu em janeiro a presidência do Congresso e logo invocou artigos da Constituição da Venezuela para se autoproclamar “presidente encarregado” do país, argumentando que
Maduro foi reeleito em um pleito fraudulento em maio de 2018 e, portanto, usurpa o cargo, sendo assim reconhecido por cerca de 50 países, entre eles o Brasil. Maduro, por sua
vez, diz que Guaidó é um “títere” dos Estados Unidos, que buscam tirá-lo do poder.

Leia também: Alberto Fernández defende diálogo como solução para crise venezuelana

Berrizbeitia disse também que “ainda falta ratificar a mesma direção (Guaidó e dois vice-presidentes)”, mas que não deverá haver “nenhum problema” para que isso aconteça. O
primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano , está preso desde maio , acusado de conspiração no contexto do fracassado levante liderado por Guaidó na
tentativa de derrubar Maduro então, enquanto o segundo vice-presidente, Stalin González, faz parte da delegação opositora que está em negociação com o governo em conversas
mediadas pela Noruega. Além disso, 21 deputados estão refugiados em embaixadas, fora do país ou na clandestinidade.