Um navio com mais de 100 migrantes a bordo forçou nesta segunda-feira (2) sua entrada em águas territoriais da Itália , violando uma proibição imposta pelo ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini, que pode perder o cargo ainda nesta semana.
A embarcação "Eleonore", da ONG alemã Mission Lifeline, resgatou o grupo de um bote inflável que estava à deriva na costa da Líbia na semana passada e havia sido impedida de atracar também por Malta.
No entanto, após declarar estado de emergência , o navio entrou em águas italianas sem autorização e se encaminhou para o porto de Pozzallo, na Sicília. "A situação perigosa para a vida das pessoas a bordo me obriga a me dirigir ao porto mais próximo", disse o capitão do Eleonore, Claus Peter Reisch.
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Em resposta, a Guarda de Finanças da Itália, subordinada ao Ministério do Interior, determinou que a embarcação seja apreendida após o desembarque dos migrantes. "Leis e fronteiras devem ser respeitadas. Se alguém pensa que pode violá-las sem consequências está errando muito. Farei de tudo para defender a Itália", disse Salvini.
O líder ultranacionalista rompeu a coalizão com o Movimento 5 Estrelas (M5S) para tentar forçar a realização de novas eleições , mas a sigla antissistema negocia uma aliança com o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, para dar vida a um novo governo.
Além do Eleonore, outro navio de ONG está na fronteira das águas territoriais italianas, o Mare Jonio, da entidade Mediterranea Saving Humans, com 31 migrantes a bordo. Segundo a ONG, algumas pessoas "pararam de comer e beber" para tentar obrigar a Itália a acolhê-las.
Em junho passado, a capitã alemã Carola Rackete chegou a ser presa por forçar a entrada do navio Sea Watch 3 no porto de Lampedusa. Ela ainda responde por favorecimento à imigração clandestina.