Os problemas do bilionário das finanças Jeffrey Epstein não param de crescer, e suas ligações perigosas com a elite política e empresarial nos EUA ganham contornos cada vez mais escandalosos. Agora, descobriu-se que ele usou a Victoria’s Secret para enriquecer e assediar mulheres. Isso aconteceu por meio de seu acesso a Les Wexner, CEO da L Brands, companhia proprietária da famosa rede de lingeries que redefiniu o padrão de sensualidade das americanas.
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Após se aproximar de Wexner, Epstein foi seu procurador e realizou diversos negócios em seu nome. Enquanto isso, abordou jovens dispostas a integrar o seleto time de modelos que representam a grife. Uma delas foi Alicia Arden, que teve de fugir do bilionário em 1997. Disfarçado de olheiro, ele tentou tirar a sua roupa e apalpá-la em uma quarto de hotel quando ela fazia um teste para figurar no catálogo da marca – uma publicação cobiçada por jovens modelos e aspirantes a atrizes.
Alicia estava com 27 anos. Na ocasião, executivos do grupo já tinham recebido denúncias de que Epstein estava se passando por recrutador para abordar modelos. Foi nessa época ainda que ele comprou uma propriedade que está no centro do escândalo de pedofilia: uma ilha privada nas Ilhas Virgens, no Caribe. Lá, até recentemente, o bilionário levava garotas usando seus jatos particulares, que faziam escalas em Paris, Londres, Eslováquia, México e Marrocos.
Epstein, 66 anos, foi preso em Nova York no mês passado, acusado de manter uma rede de exploração sexual de menores no início dos anos 2000. Ele e seus empregados teriam pago dezenas de meninas para fazer sexo. Após uma primeira denúncia, livrou-se da prisão após celebrar um acordo com Alex Acosta, então procurador da Flórida.
Acosta se tornou secretário de Trabalho de Donald Trump e renunciou recentemente quando o caso veio à tona. O próprio Trump e o ex-presidente Bill Clinton foram próximos do bilionário. Todos os políticos influentes e magnatas que se vangloriavam da amizade agora fogem das manchetes.
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O magnata da Victoria’s Secret é um deles. Seus representantes dizem que a ligação entre os dois acabou há mais de dez anos, e ele nega ter conhecimento dos crimes. Com a indignação em alta nos EUA e o apoio dos poderosos sumindo, a situação de Epstein se agrava. Fica cada vez mais difícil explicar como conseguiu acobertar por tanto tempo suas atividades criminosas.