Em agosto de 2016, Tony Timpa, de 32 anos, acionou o serviço de emergência de Dallas, cidade do Texas, nos Estados Unidos, de dentro do estacionamento de um locadora. De acordo com a vítima, ele estava passando tendo uma crise de esquizofrenia e havia usado cocaína. Ainda na ligação, o homem disse que não estava tomando os remédios para a doença.
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Timpa foi atendido pela polícia local e chegou a ser colocado em uma ambulância, mas acabou morrendo no incidente. A demora no atendimento e o fato do homem ter sido algemado fez com os que os políciais envolvidos na ação respondessem por negligência, mas eles acabaram absolvidos ao alegar que o homem estava "agressivo e fora de controle".
Agora, três anos depois da morte de Tony Timpa, o jornal The Dallas Morning News obteve imagens das câmeras que os agentes usavam em seus uniformes naquela tarde. O vídeo mostra que o homem recebeu os primeiros socorros apenas 15 minutos depois de perder a consciência no chão. As imagens também flagraram os policiais tirando sarro da vítima enquanto ele agonizava.
O vídeo começa com Timpa já algemado no chão e demonstrando dificuldades para se sentar. Claramente alterado, o homem grita "não" enquanto é colocado de volta no chão pelos agentes. Ele fica mais de 13 minutos sendo segurado no chão enquanto um policial fica com o joelho em sua coluna. "Vocês vão me matar", chegou a dizer o homem, que também pediu repetidas vezes para ir embora.
Entre as gozações feitas pelos policiais, eles brincam sobre o fato do homem ter o endereço listado em um bairro nobre da cidade e sobre o uso de drogas. Quando o homem finalmente perde a consciência, os agentes brincam ao dizer que ele está dormindo e roncando.
Na verdade, o exame mostro que foi nesse momento que Timpa entrou em uma parada cardiáca. A equipe médica também concluiu que, além do uso das drogas, o estresse causando pela restrição contribuiu para a morte. Após perceber a situação grave dos homens, um dos policiais ainda diz. "Espero não tê-lo matado", antes de soltar uma gargalhada.
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As leis norte-americanas não permitem que os policiais sejam julgados novamente por um mesmo crime, portanto, eles não serão condenados pela morte do homem. No entanto, a família do Tony Timpa trava uma batalha judicial com o estado do Texas para conseguir uma indenização.