Presidente colombiano diz que Maduro "continua a proteger terroristas"
Iván Duque comentou frase do presidente venezuelano que afirmou que ex-líderes das Farc são 'bem-vindos na Venezuela'
Por Agência O Globo |
29/07/2019 20:14:36
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, recebeu duras críticas por ter afirmado, no último domingo, que dois ex-líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), cujo paradeiro é desconhecido, são “bem-vindos na Venezuela”. O presidente colombiano, Iván Duque afirmou que Maduro cometeu “um ato de estupidez ao continuar a proteger terroristas”.
"Acho que Nicolás Maduro está com orelhas de burro cada vez maiores, e aqui o que vemos é que ele não apenas vem protegendo terroristas colombianos há muitos anos, mas também ratifica que a Venezuela é um snatuário de terroristas e traficantes", afirmou Duque, que está em viagem à China.
Leia também: Encontro do Foro de São Paulo termina com apoio a Nicolás Maduro
Falando ao lado do presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, na cerimônia de encerramento da cúpula do Foro de São Paulo, em Caracas, Maduro se referiu aos ex-guerrilheiros Iván Márquez e Jesús Santrich como “líderes da paz”. Ambos se juntaram à Força Alternativa Revolucionária do Comum, partido criado pelas Farc após o acordo de paz assinado entre a antiga guerrilha e o governo colombiano em 2016, que deu fim a décadas de confrontos no país.
Márquez desapareceu no ano passado, depois que seu sobrinho foi preso e levado aos Estados Unidos para cooperar com investigações de combate ao narcotráfico. No início do mês, a Suprema Corte colombiana ordenou a prisão de Santrich depois que ele não compareceu a uma audiência para responder a perguntas sobre acusações de tráfico de drogas. Duque sugeriu que o ex-guerrilheiro possa ter fugido para a Venezuela.
Leia também: "Maduro se mantém no poder por possuir apoios externos", diz Ernesto Araújo
— Anunciaram que Iván Márquez e Jesús Santrich estavam vindo e eu fiquei esperando — afirmou Maduro. — Os dois são bem-vindos na Venezuela e no Foro de São Paulo.
Duque , que assumiu a Presidência em agosto, foi eleito após uma campanha baseada na promessa de modificar os acordos de paz que considera excessivamente lenientes com ex-guerrilheiros acusados de diversos crimes. Autoridades colombianas acreditam que dissidentes das Farc e combatentes do Exército de Libertação Nacional (ELN) se escondem na Venezuela, recebendo proteção de Maduro. O governo venezuelano nega que tenha protegido rebeldes colombianos.
Leia também: Venezuela denuncia 78 supostas violações de seu espaço aéreo pelos EUA em 2019
As tensões entre Colômbia e Venezuela pioraram desde que o governo de Duque se juntou aos Estados Unidos e à maioria dos países latino-americanos no reconhecimento de Juan Guaidó — presidente da Assembleia Nacional, controlada pela oposição — como presidente interino da Venezuela, afirmando que a reeleição de Maduro em 2018 não foi legítima.