Uma série de incêndios dolosos na estação de trens de Rovezzano, em Florença, provocou caos no transporte ferroviário na Itália nesta segunda-feira (22). As chamas começaram de madrugada e atingiram equipamentos responsáveis pela gestão da circulação de trens, mas já foram controladas. O incidente, no entanto, ainda causa atrasos em linhas convencionais e de alta velocidade.
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A polícia suspeita que o incêndio seja uma ação de anarquistas, em função de um julgamento contra acusados de envolvimento no ataque a bomba contra uma livraria ligada ao grupo neofascista CasaPound, em 1º de janeiro de 2017, cuja sentença está prevista para esta segunda. Entre os réus também estão acusados de lançar coquetéis molotov contra uma delegacia em Rovezzano, bairro florentino onde fica a estação de trem incendiada.
Na ocasião, um policial perdeu o olho direito e teve a mão esquerda amputada. Além disso, os incêndios acontecem poucas horas antes de uma visita do ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, a Florença .
As linhas de alta velocidade entre a capital da Toscana e as principais cidades do país chegaram a registrar atrasos de até quatro horas, e pelo menos 42 viagens foram canceladas. "Por causa dos danos, se registra uma forte redução da capacidade da infraestrutura ferroviária", diz uma nota da empresa estatal Rete Ferroviaria Italiana (RFI).
Anarquistas comemoram
Sites anarquistas italianos comemoraram o incêndio . Em um deles, os autores de um texto dizem que não conseguem "conter a emoção" por perceber "que é suficiente acender um cigarro a céu aberto no campo sob a Lua" para colocar no caos "esse gigante com pés de barro" chamado "Poder".
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"O espectro da morte e a ameaça da prisão podem parar quem se preocupa com os próprios interesses, mas nunca pararam quem deseja ardentemente a própria liberdade", afirma o texto. Outro portal anarquista questiona se o incêndio foi uma "obra do acaso", uma "vil provocação" ou, "mais simples e humanamente, um gesto de amor e de raiva".