Em seu primeiro dia de visita à Argentina, nesta quinta-feira (16), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) disse a congressistas locais que o Brasil rechaça uma intervenção militar estrangeira na Venezuela. Ele também os convidou para participar de um evento — ainda sem data marcada — na cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira entre os dois países, que incluiria a presença de deputados da Assembleia Nacional (AN) presidida pelo líder opositor Juan Guaidó.
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Em encontro com a deputada Cornelia Schmidt-Liermann, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara argentina (do partido do presidente Mauricio Macri), Eduardo Bolsonaro concordou com a congressista argentina na necessidade de evitar que a Venezuela “vire uma nova Líbia, Síria ou Cuba”.
"Falamos sobre nossa preocupação com a imigração de venezuelanos e pelo estado de saúde destas pessoas. Concordamos que a solução da crise deve ser encontrada pelos venezuelanos, uma intervenção militar estrangeira não é o caminho", disse Cornélia ao GLOBO .
A deputada argentina afirmou ter ficado interessada no encontro que o deputado e presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara confirmou estar organizando em Cúcuta, ainda sem data marcada. Pela cidade passam diariamente várias centenas de venezuelanos que buscam melhores condições de vida na Colômbia.
"Também conversamos sobre a eleição presidencial argentina, Eduardo nos perguntou como estamos vendo o cenário e expressamos nossa confiança na reeleição de Macri", comentou a deputada.
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A preocupação dos Bolsonaro pela eleição argentina e, principalmente, pelo crescimento da senadora e ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015) nas pesquisas tem sido mencionada pelo presidente e agora também por seu filho deputado, que quis ver em campo como está a situação do governo Macri, considerado um aliado importante pelo Palácio do Planalto.
Em dois dias (quinta e sexta), o deputado irá duas vezes à Casa Rosada, sede do poder Executivo da Argentina, onde conversará com o ministro do Interior, Rogelio Frigério, o chefe de Gabinete, Marcos Peña, e o assessor para Assuntos Internacionais Fulvio Pompeo. Um encontro com o presidente argentino não está na agenda, mas não foi descartado.
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O filho do presidente brasileiro terá na Argentina uma agenda de altíssimo nível, similar a do chanceler Ernesto Araújo, que esteve no país em abril passado. O deputado almoçará nesta sexta com o ministro das Relações Exteriores, Jorge Faurie, e pela tarde dará uma palestra no Conselho Argentino para as Relações Internacionais (Cari), onde estão sendo organizados protestos em repúdio à presença de Eduardo Bolsonaro
em Buenos Aires.