O governo daVenezuela anunciou nesta sexta-feira que voltará a permitir a abertura da fronteira com o Brasil e o trânsito aéreo e marítimo com a ilha vizinha de Aruba. Na TV estatal, o vice-presidente da Economia, Tareck El Aissami, informou ainda que por enquanto, as fronteiras com a Colômbia e com as ilhas de Curaçao e Bonaire permanecerão fechadas.
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"A partir de hoje ficam reestabelecidas as fronteiras da Venezuela com Brasil e Aruba. Mas não com os demais países que fazem a vida fronteiriça com o nosso território, até que cessem as ações de hostilidade, assédio, e facilitação a grupos paramilitares e criminosos", afirmou Aissami. "Aos países irmãos da região estendemos a mão para o diálogo sincero", completou.
Segundo o minisitro, tanto o Brasil quanto Aruba se comprometeram a não repetir o "lamentável episódio de 23 de fevereiro", quando, em sua opinião, "ocorreu uma ação intervencionista sob a fachada de ajuda humanitária".
Em 21 de fevereiro, Maduro anunciou o fechamento da fronteira com o Brasil, enquanto era articulada pelo líder opositor Juan Guaidó uma operação de envio de ajuda à Venezuela pela divisa. O objetivo da operação, que acabou frustrada dois dias depois, era levar suprimentos doados pelo governo brasileiro e pelos Estados Unidos a partir de Roraima, apesar da objeção do Palácio de Miraflores. Desde então, a fronteira permanecia fechada.
No início do mês, a prefeita de Boa Vista, Roraima, a capital brasileira que recebe o maior número de imigrantes que fogem do regime de Nicolás Maduro, Teresa Surita (MDB), disse em entrevista ao GLOBO que onúmero de pessoas que atravessou a fronteira com o Brasil chegou a 911 na semana passada , com a eclosão de mais uma crise no país vizinho. Segundo Teresa, a média é de 300 a 500 pessoas em dias “tranquilos”.
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Responsável pela administração da cidade onde 70% dos venezuelanos que entram no Brasil permanecem, a prefeita temia que o fluxo de imigrantes aumentasse quando a fronteira do lado da Venezuela fosse reaberta. A prefeita comemorou a medida provisória editada por Bolsonaro que destina R$ 233 milhões para operações de “apoio” à Venezuela
. "Sem o Exército para esse atendimento, a situação da cidade fica incontrolável", disse.