Imagens que circulam na imprensa do Sri Lanka e nas redes sociais flagraram a movimentação de um homem suspeito de se explodir em meio à celebração do domingo de Páscoa na igreja de São Sebastião, na cidade de Negombo. Ataques coordenados de pelo menos sete homens-bomba deixaram mais de 320 mortos e cerca de 500 feridos em igrejas e hotéis de luxo do país.
#WATCH Colombo: CCTV footage of suspected suicide bomber (carrying a backpack) walking into St Sebastian church on Easter Sunday. #SriLankaBombings (Video courtesy- Siyatha TV) pic.twitter.com/YAe089D72h
— ANI (@ANI) 23 de abril de 2019
No vídeo, um homem com mochila nas costas passa por fiéis e entra na igreja de São Sebastião, com expressão facial séria e calma. Ele caminha ao lado dos bancos do centro religioso, lotados por centenas de pessoas que assistiam a cerimônia. Momentos depois, não registrados pelas imagens, uma bomba explodiu no local. Foi o mais letal de todos os oito atentados de domingo no Sri Lanka , com mais de 50 mortos.
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Sem apresentar evidências de seu envolvimento, o grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou responsabilidade pelos atentados no Sri Lanka, que nesta terça-feira prestou homenagem emocionada às vítimas. Entre os mortos estão pelo menos 45 crianças e adolescentes, incluindo um bebê de 18 meses, anunciou a ONU.
Os primeiros elementos da investigação revelam que dois irmãos cingaleses muçulmanos estavam entre os homens-bomba e tiveram um papel fundamental nos atentados. Fontes contaram à agência France Presse que os dois organizaram uma "célula terrorista familiar" e articularam os ataques. O primeiro-ministro cingalês, Ruwan Wijewardene, afirmou nesta terça-feira que a matança fora "uma represália pelo ataque contra os muçulmanos de Christchurch", cidade neozelandesa onde um supremacista branco matou a tiros 50 pessoas em duas mesquitas, em 15 de março.
Os 21 milhões de habitantes do Sri Lanka observaram três minutos de silêncio às 8h30, horário local da primeira explosão no domingo de Páscoa, ativada por um homem-bomba na igreja católica de Santo Antônio de Colombo. O governo decretou a terça-feira como dia de luto nacional: as bandeiras foram hasteadas a meio mastro nos edifícios públicos e a rádio e televisão transmitiram programas musicais.
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Na igreja de Santo Antônio, dezenas de pessoas, com velas nas mãos, rezaram em silêncio, mas não conseguiram conter as lágrimas. Após os três minutos de silêncio, os fiéis retomaram a oração em voz alta. Quase 30 quilômetros ao norte da capital, em Negombo, na igreja de São Sebastião, os corpos de várias vítimas foram velados.
Entre as vítimas fatais estão pelo menos 39 estrangeiros, indicou uma fonte policial à AFP. As forças de segurança prosseguem com as investigações sobre os atentados, atribuídos pelo governo ao grupo islamita National Thowheeth Jama'ath (NTJ). Os investigadores buscam agora determinar se o NTJ teve um apoio logístico a partir do exterior. O grupo, relativamente desconhecido, foi relacionado no ano passado com atos de vandalismo contra estátuas budistas.
— Não vemos como uma pequena organização neste país poderia fazer tudo isto — afirmou na segunda-feira Rajitha Senaratne, porta-voz do governo e ministro da Saúde. — Investigamos sobre uma eventual ajuda estrangeira e seus outros vínculos, como treinaram os homens-bomba, como fabricaram as bombas.
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Uma nota transmitida dez dias antes dos ataques à polícia do Sri Lanka alertava que o NTJ preparava atentados contra igrejas e a embaixada da Índia em Colombo. Senaratne afirmou que o alerta não foi transmitido ao primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe nem a outros membros do governo, o que poderia provocar uma nova crise entre o presidente e o premier.
A polícia está sob a autoridade do presidente Maithripala Sirisena , que está em conflito aberto com o primeiro-ministro. No ano passado, o presidente destituiu o primeiro-ministro, mas teve que aceitar seu retorno ao poder após sete semanas de caos político.
O domingo de Páscoa no país terminou com oito atentados, seis durante a manhã e dois no período da tarde, em vários pontos do Sri Lanka , um país muito procurado pelos turistas por suas praias e sua vegetação.