O Museu Americano de História Natural confirmou nesta segunda-feira que irá cancelar a homenagem ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que seria realizada pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos no próximo dia 14 de maio. De acordo com mensagem em rede social, a decisão foi tomada em conjunto. A Câmara não se pronunciou sobre o caso desde o início da polêmica.
“Com respeito mútuo pelo trabalho e metas de nossas organizações individuais, concordamos em conjunto que o Museu não é a melhor localização para o jantar de gala da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Este evento tradicional vai ocorrer em outro local na data original e hora”, escreveu o museu no Twitter.
A decisão foi anunciada após uma série de protestos de membros da instituição científica por considerarem o presidente brasileiro um “inimigo” da preservação ambiental. Bolsonaro receberia o prêmio de “Personalidade do ano”.
Em uma carta aberta à presidente do museu, Ellen Futter, estudantes, doutorandos, funcionários e pesquisadores da instituição pediram na semana passada o cancelamento da homenagem a Bolsonaro, a quem chamam de “presidente fascista do Brasil”, afirmando que o evento seria “uma mancha na reputação do museu”. O texto é acompanhado por um abaixo-assinado que neste sábado já contava com mais de 500 assinantes.
O portal Gothamist citou um ambientalista que ressalta ser “uma ironia particularmente amarga que um homem que tenta destruir um dos recursos naturais mais preciosos seja nomeado Pessoa do Ano dentro de um espaço dedicado à celebração do mundo natural”.
"Ele nega a existência de mudanças climáticas antropogênicas e nomeou vários outros que também as negam para seu Gabinete. E ele também está desmantelando as proteções ao meio ambiente no Brasil. Então, obviamente não se trata de algo para ser celebrado pela ciência", afirmou Philip Fearnside, americano que leciona no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), à agência de notícias Reuters.