Na época do ataque, a premiê da Nova Zelândia se pronunciou publicamente e pediu maior controle de armas
Reprodução/TVNZ
Na época do ataque, a premiê da Nova Zelândia se pronunciou publicamente e pediu maior controle de armas

Menos de um mês depois do atentado terrorista que matou 50 pessoas em duas mesquitas de Christchurch, o Parlamento da Nova Zelândia aprovou nesta quarta-feira (10), por ampla maioria, um projeto de lei para banir armas semiautomáticas e fuzis de assalto.

O texto recebeu 119 votos a favor e apenas um contra na Câmara dos Representantes e depende apenas da sanção da governadora-geral Patsy Reddy, representante da rainha Elizabeth II no país, para virar lei.

Durante a sessão no Parlamento, a primeira-ministra Jacinda Ardern fez um discurso emotivo, citando as dezenas de feridos pelo terrorista australiano Brenton Tarrant. "Eles carregarão limitações por toda a vida, e isso sem considerar o impacto psicológico. Estamos aqui para eles. Não entendia como armas que causam tanta destruição e mortes em larga escala podiam ser obtidas legalmente neste país", disse.

O projeto de lei só foi rejeitado pelo partido libertário ACT, que tem apenas um assento no Parlamento. A iniciativa prevê um esquema de "recompra" no qual proprietários de armas semiautomáticas possam entregá-las à polícia em troca de uma compensação financeira.

Após a entrada em vigor da lei, quem possuir armas do tipo estará sujeito a penas de até cinco anos de prisão. As exceções são armas de colecionadores ou para uso em controle de pragas.

"Estamos aqui porque 50 pessoas morreram e não têm voz. Nós estamos aqui como sua voz. Hoje podemos usar essa voz com sabedoria", declarou Ardern, lembrando que em poucas ocasiões o Parlamento se mostrou tão unido como na aprovação desse projeto.

Tarrant, 28 anos, é defensor da supremacia branca e crítico da imigração. No atentado, realizado em 15 de março, o australiano usou cinco armas, incluindo um fuzil semiautomático, todas elas adquiridas legalmente.

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